sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Trilhos seculares - Vale da Ribeira da Mó

Há já alguns meses que perseguia o início (e por consequência o fim) deste trilho que faz uma fantástica ligação entre a grande mariola do trilho do Pé de Cabril e a Bouça da Mó. O trilho foi reaberto no ano de 2010 por trabalhos de silvicultura preventiva levados a cabo pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês. Porém, com o passar dos meses irá tornar-se cada vez mais difícil a sua passagem devido ao crescimento da vegetação.

Aquando da minha visita ao Tirolirão, já tinha «marcado» duas ou três mariolas que poderiam marcar o início do trilho e hoje confirmei que de facto assim era. O trilho acompanha, umas vezes mais perto outras vezes mais longe, a Ribeira da Mó. São únicas as perspectivas que nos oferece do Pé de Cabril bem como da albufeira de Vilarinho das Furnas e de parte da Serra Amarela.

O trilho não é muito extenso, mas em certos locais o seu declive é bem acentuado, coisa que o deve tornar bem interessante após umas chuvas ou durante os gélidos dias de Inverno.

Em termos históricos este deveria ser um trilho utilizado pelas gentes de Vilarinho da Furna para ter um acesso mais rápido aos currais de Leonte (nomeadamente ao Curral de Leonte de Baixo) e aos outros currais do Gerês Nascente. Este é uma pura hipótese mas não deixa de ser interessante o facto de que o trilho parece continuar em direcção à albufeira de Vilarinho da Furna após «atravessar» a Geira Romana.

Um aspecto interessante que se encontra na descida é um velho muro que rodeada uma velha silha um pouco antes da chegada à Bouça da Mó.

Após chegarmos à Geira deparamos com duas hipóteses para regressar a Leonte: ou seguíamos a Geira Romana até Albergaria e daqui para o Alto de Varziela, Curral Velho, Prado Amarelo e Leonte; ou poderíamos passar pela base da Fraga do Sarilhão, seguir em direcção ao Campo do Gerês e daqui seguir o velho trilho até ao Prado do Gamil. Foi esta a nossa opção.

Felizmente, corria uma brisa fresca que fez acalmar o calor seco que nos banhava as costas durante a subida para o Gamil, onde retemperamos forças. Depois de visitar os velhos fornos, decidimos fazer uma «nova» aproximação aos Prados em vez de utilizar parte do Trilho da Silha dos Ursos e a usual passagem para a grande turfeira.

Esta opção levou-nos a passar a uma centena de metros de um curral do qual não sei o nome e abriu boas perspectivas para outros dois trilhos que seguem caminhos diferentes, um em direcção à Bouça da Mó (provavelmente) outro em direcção ao Pé de Cabril, «atacando-o» pelo lado Poente.

Nesta altura, e depois de passar pelos Prados com o seu abrigo recuperado pelas gentes do Campo do Gerês, o nosso objectivo era encontrar água. Assim, decidimos não regressar basicamente ao ponto de partida e descemos pelo estreito vale da Cascata de Leonte, derivando depois à esquerda em direcção a Leonte.

Ficam algumas fotografias...





























Fotografias © Rui C. Barbosa

Sem comentários: