quarta-feira, 15 de junho de 2011

O património perdido da Peneda-Gerês (XLVIII)


Tive a oportunidade de visitar mais uma das antigas Casas Florestais (Casas do Guarda ou Casas da Floresta) existem no interior do território do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Tal como acontece com a maioria das casas florestais que já visitei e sobre as quais já aqui falei, esta casa encontra-se num estado lastimável sendo actualmente utilizada como abrigo de gado bovino.

Localizada junto do estradão florestal que liga o Lindoso com o retransmissor do Muro na Louriça, esta casa já serviu em tempos de apoio à antiga brigada florestal, a uma pousada de juventude e à Quercus que em tempos utilizou aquela área como viveiro de plantas.

Na Porta do PNPG no Lindoso disseram-me que esta casa é conhecida como Casa Florestal do Porto Chão e curiosamente referiram-se à Casa da Cruz como a casa florestal que fica no Lindoso a poucos metros da estrada nacional. Anteriormente tinham-me informado que a Casa do Porto Chão ficaria na Serra do Gerês não muito longe da aldeia de Paredes do Rio (pode ser coincidência de haver duas casas florestais com o mesmo nome). Não tenho a certeza sobre a designação das casas situadas no Lindoso e qualquer ajuda será bem vinda.

O interior da casa está repleto de mato que serve de cama para o gado. Ainda é possível ver a pintura original dos acabamentos em madeira bem como algumas canalizações. Esta seria das poucas casas florestais equipadas com energia eléctrica.

Ao mesmo abandono foi deitado o edifício da brigada florestal e o edifício da pousada de juventude que está transformado num estábulo.

Ficam algumas fotografias do estado lastimável do edifício que é mais um monumento à incúria e abandono deste rico património do estado.


Fotografias © Rui C. Barbosa

7 comentários:

Alice Lobo disse...

O que posso confirmar, é sobre a casa da floresta perto de Lindoso a outra não conheço , o local onde se situa a casa da floresta é porto chão, e sempre foi designada por “casa da floresta do porto chão” onde viveu até á poucos anos um senhor de origem Alemã ,( por isso a existência de electricidade) há 3/4 anos foi vandalizada e neste momento serve de “ corte para os cavalos e vacas dos habitantes de lindoso, parada e cidadelhe .
Por curiosidade : a seguir tens uma “cabana moderna” que foi reconstruída por alguns habitantes para vigiar os animais chama-se cabana do bugalhedo, (a antiga estava completamente destruída) a seguir uma que se chama cabana rebordofreiro . A Emissora a qual vocês chamam Antenas, nessas Antenas e por curiosidade durante muitos anos e não posso confirmar se neste exacto momento ainda trabalham lá , mas existe um casal que “vigia e cuida” das Antenas. Durante o Inverno vão 1 ou 2 vezes por semana, durante o Verão ou seja os 3 meses permanecem de dia e noite para vigiar as Antenas devido aos incêndios. Ainda antes de chegar á Emissora, mas um pouco distante da estrada pode-se encontrar mais 2 Cabanas, a cabana do couto onde, foi colocado um sto António e realizam uma festa anual ao padroeiro dos Animais, etc etc etc ……
cumprs

Rui C. Barbosa disse...

Obrigado Alice por confirmares o nome da casa.

Jacinto disse...

Olá! Também conheço essas casa, realmente é triste vê-las assim!!!
Confirmo o nome da casa de Porto chão, após uma conversa com uma Sra. de Lindoso.No rebordo feio e, antes do incêndio do ano passado, a paisagem para a mata de cabril, os carvalhos e os azevinhos naquela corga profunda era qq coisa de fantástico!! Uma curiosidade: Num dos ribeiros que cruzam a estrada vêem-se umas ruínas de uma "casa", esta casa era do ferreiro que preparava as ferramentas aquando da abertura da estrada,segunda as informações de um local!

Rui C. Barbosa disse...

Fantástico! Obrigado Jacinto!

Adriano disse...

"Quem não tem vergonha não tem consciência."

T.Fuller
Para refeletir...

Francisco Pimenta disse...

Boa tarde
Chamo-me Francisco Lourenço Pimenta
Obrigado pelos comentários sobre as casas florestais da Serra Amarela.
Eu sou do Lindoso e costumo brincar com os meus amigos que aos 6 anos de idade já era funcionário público recebendo salário.
A história é verdadeira porque o meu pai tinha uma "jugada " de bois fortes " e foi contratado para transportar as pedras para a construção dessas casas que estão aqui referidas. Eu ainda não tinha entrado na escola e portanto devia ter entre 5 e 6 anos de idade e tinha a função de guiar os bois nos caminhos tortuosos. Os serviços florestais pagavam ao meu pai pelo seu trabalho e eu ganhava 5 "coroas " por dia pelos meus serviços.
Esta história na data de hoje parece incrível, mas é verdadeira.


Rui C. Barbosa disse...

Obrigado pelo seu comentário, Francisco! Bem haja!