quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

161... Matança e... Carris

Carris, 13 de Janeiro de 2010

E pronto, ao 13º dia do ano quebrou-se o enguiço do mau tempo e lá consegui caminhar no Gerês... podia fazê-lo aqui no quintal, mas acreditem que não era a mesma coisa...

Duas hipóteses: ou subia ao Cantarelo ou ia até à Matança. O Cantarelo pode ficar para outro dia... Depois do pequeno-almoço no Ramalhão, mochila abastecida e enjoado com o cheiro de alguém que não se deve lavar à meses (tive de ir com as janelas abertas até à Portela do Homem só para me tirar aquelas partículas no nariz!), lá comecei a subida pelo Vale do Alto Homem tendo como objectivo a Matança.

Nome singelo para uma característica geográfica na Serra do Gerês, bom de facto isso é o que existe mais na Serra do Gerês, mas matança intriga qualquer um. O Jorge Louro no seu blogue, presenteia-nos com a reprodução da explicação deste orónimo na sua entrada "O Nome das Coisas - Matança". Assim, algures por aquela zona, numa época afastada da nossa História, deve ter havido uma verdadeira chacina e o local sido «baptizado» com o nome de 'Matança'. Curiosamente, do local a vista abarca toda a Lamalonga, uma boa parte do Vale da Ribeira das Negras e parte dos currais perto da Garganta das Negras, e devido à geografia do terreno é um bom local para uma matança dos desgraçados que tentariam roubar o gado nacional...

Percorrido o Vale do Alto Homem e passado a Ponte das Abrótegas, segui até às Lamas da Carvoeirinha e daqui enveredei pelo trilho que bordeja o salto do Lobo pela esquerda para chegar ao topo da Corga de Lamalonga onde se encontram as ruínas da Lavaria Nova. Continuando pelas decrépitas escadas de pedra, tomei o velho trilho que me levou à Lamalonga.

A certa altura, ia eu muito concentrado na minha contemplação paisagística (...) quando de repente deparo, a pouco mais de 10 metros, com uma cabra selvagem que muito espantadamente fica estáctica a olhar para mim. Este encontro imediato teve igual efeito na minha pessoa, mas lentamente levei a mão à câmara fotográfica e tirei umas fotos. Só depios reparei que um pouco mais a baixo, estaria todo o clã reunido para o almoço, pois já eram uma da tarde. Toda a gente fica a olhar para aquela criatura com uma malota grande nas costas e de repente desata tudo a correr perante tal aparição. A minha «sorte» foi que correram, com a erva a cair das beiças, no sentido oposto caso contrário sentir-me-ia como que espesinhado por bisontes! Pronto, cabras!

Tomando conta do sentido da fuga, continuei o meu caminho que por acaso também seguia para aqueles lados já que o objectivo era o Curral de Lamalonga onde pretendia, descansadamente, petiscar qualquer coisinha e beber um cházinho! Para meu espanto, as criaturas, e eram dezenas delas (!), ficaram como que especadas ali, logo depois do pequeno vale, a olhar para mim! Pudera! Também eu ficaria perante tamanha coisa. Fiquei ali por momentos, como que num jogo de olhares fitando os animais. Estes de repente fizeram nova correria até à volta da montanha, perfilando-se todas para um par de fotografias final. E lá segui eu a minha vidinha, pois já se fazia horas.

Depois do almoço, lá subi finalmente à Matança e pus-me a imaginar tamanha chacina naquelas paragens. Certamente teria sido algo digno de se ver com o povo todo ali a juntar-se à espera do galegos e depois tudo a andar à porrada!!! Eh, eh... tenho quase a certeza que algures pelas bandas galegas haverá história igual...

Hora de regressar! Subir a Corga de Lamalonga e das um saltinho às ruínas de Carris. Ok! Estava tudo no sítio e, pasme-se, também a Nevosa lá estava. Sem mais contemplações, toca a descer o Vale do Alto Homem... e eu que ainda há pouco disse que não voltaria a desce-lo tão cedo... Pois, não tardo é a voltar lá!

Ficam as fotografias do dia e depois virão uns vídeos...



















































Fotografia © Rui C. Barbosa

5 comentários:

Bota Rota disse...

Olá Rui.
Então tiveste encontros imediatos, não é?
E eu que ando atrás dessas marotas há algum tempo e nem sinal delas!
Um dia...

Abraço,
Jorge Sousa

Lírio disse...

É pá! Rui! foi impressão minha ou mirastes as cabras novamente ao longe?!
Puxa a vida não tenho sorte nenhuma, nem por ser nem "Cabra do Gerês"

Joao Dias disse...

Por pouco encontrava-te,estive perto de ti...

Rui C. Barbosa disse...

Então João, por onde andaste?

Abraço!

Joao Dias disse...

Fiz um curto passeio,só de tarde,pela zona do Arado!
Até breve,
Abraço,
João Dias