segunda-feira, 6 de abril de 2009

...um olhar que escondo.

Carris, 5 de Abril de 2009

...tira-me deste tormento, sê a minha mortalha de silêncio.
Contemplamos a perda da inocência e a tristeza que nos abraça a cada sorriso...
Vê o meu manto de escuridão...
...que encombre os sonhos há muito esquecidos.

Estas são as palavras que não digo, o olhar que escondo...
...um rio de lágrimas que não vai secar.
Olha as grandes sombras na montanha, para onde caminham elas?
São as asas dos anjos caídos...

Ansiamos o prazer de um beijo... o tormento dos corpos, inimaginado...
...um desejo de morte turva-nos a alma...
Memórias reduzidos a cinza que nos cobre os corpos...
Eis que a noite chega!

Entramos num vale de ilusões, choramos a mágoa e a dor dos momentos que não tivemos...
Um abraço à solidão, refúgio na montanha... Emoções que são arrastadas pelo vento frio...
...procuro o vazio para me esconder da dor e tristeza dos tempos...
...o sonho define o destino, viajo pela noite abraçando as trevas...

...perdemos a inocência. Fujo da dor que provoquei, o amor que um dia matei...
...temo o despertar para a realidade... um refúgio dos pesadelos...
Que fizemos nós? Algo que morreu antes de nascer...
...algo morre dentro de mim.


Fotografia: © Rui C. Barbosa

1 comentário:

White Angel disse...

"Ansiamos o prazer de um beijo..." tantas vez e por muitos, banalisado... despresado... e pouco valorisado...
Ansiamos a plenitude de um beijo como se de um diamante no estado bruto se trata-se... a espera de ser delicadamente e suavemente lapidado...:) par depois poder exibir todo o seu esplendor...

FANTASTICO...