quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Paisagens da Peneda-Gerês (MDCXIX) - A cabra

 


A caminhada aproximava-se perto do fim e apesar de já ter visto alguns animais durante o dia, tinha a sensação de que por aqueles lados pudesse avistar ainda mais.

O dia ia escurecendo, não porque o final da tarde se aproximava, mas porque as nuvens escuras que havia avistado nos céus a Norte pela manhã, já cobriam todo o azul. O ar estava carregado de humidade e a chuva, mais cedo ou mais tarde, chegaria às paisagens ressequidas da Serra do Gerês.

Neste ponto, como durante todo o dia, caminhava em silêncio. De repente, por entre o restolhar das folhas secas agitadas pela brisa, escutei um ligeiro som vindo da parede ao lado que compõe parte do vale. Ao levantar a cabeça para procurar o som, o meu olhar cruzou-se com o olhar da cabra-montês que se resguardava também ela em silêncio. Era a oportunidade perfeita para a fotografia...

O caminhar não era ligeiro e como tal não foi uma paragem brusca. Tentando não a afugentar, afasto o olhar para as vertentes graníticas ao mesmo tempo que preparo, em silêncio, a câmara fotográfica. Fiz duas fotografias de todo o animal e mais três, com zoom, do seu olhar. Arrumei a câmara e segui o meu caminho satisfeito por ter sido contemplado naquele dia, com aqueles «longos» segundos de contemplação da vida selvagem da Serra do Gerês. 

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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