Em análise desde 15 de Outubro de 2024, continuamos à espera das decisões sobre a consulta pública...
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A Casa Florestal de Leonte é uma memória abandonada da presença dos Serviços Florestais na Serra do Gerês.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Segue-se outra semana com dias de chuva e Sol, típica da mudança de estação.
Termino a publicação destas previsões meteorológicas que foram iniciadas em Outubro com as primeiras previsões de neve para o Parque Nacional. Caso as circunstâncias voltem a justificar, volto a publicar estas previsões que serão retomadas de forma periódica na próxima época invernal.
Os baixos-relevos ajudam-nos a contar a História de muitas coisas, sejam as casas, as fontes, os monumentos, os canastros (espigueiros), etc.
Uma pequena volta pela aldeia de Campo do Gerês, Terras de Bouro, mostra-nos um universo de História. Sabemos que a sua fundação é antiga, podendo ser datada do período romano, mas as datas que encontramos em muitas fachadas, levam-nos a um período mais «recente».
Sem ter em atenção os marcos miliários presentes nas proximidades e na própria aldeia, bem como os baixos-relevos na Igreja de S. João do Campo (ver aqui), encontramos vários exemplos localizados no centro da aldeia.
Os baixos-relevos identificados dividem-se pelas fontes, à entrada de várias edificações (fachadas) e, principalmente, na decoração dos canastros.
A data mais antiga encontrada remonta a 1720, sendo a mais recente de 1966.
Os baixos-relevos nas fontes
Existem várias fontes na aldeia e as imagens seguintes mostram a Fonte da Igreja (1966), Fonte da Portela (1936), Fonte do Tanque (1780) e a Fonte do Carvalhal (1936).
Os baixos-relevos nas entradas de edificações
As datas em baixos-relevo na Igreja de S. João do Campo
Os baixos-relevos nos canastros
Nos canastros encontramos vários tipos de baixos-relevo, sendo estes mais elaborados (desenhos decorativos) ou mais simples (datas).
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Em Março de 2025 percorri 252,8 km em caminhada de montanha, com um D+ 8.605 metros, totalizando 581,1 km e 21.745 D+.
Estas foram as caminhadas do blogue Carris em Março de 2025:
- Serra do Xurés - Da Portela de Pitões a Maus de Salas por Salgueiro
- Serra do Xurés - Rota do Megalistismo do Salas
- Trilhos PNPG - Trilho do Contrabando Tourém
- Trilhos seculares - Aos Prados da Messe
- Trilhos seculares - Carris de Maceira e Lomba de Pau em dia de neve
- 380... Minas dos Carris e Sombras
- Serra do Gerês - Do Arado à Rocalva pelo Vale de Teixeira e Borrageiro
- Serra do Gerês - Caminhada ao Lago Marinho e Mina de Borrageiros
- Serra do Gerês - Do Campo do Gerês ao Redondelo, Junceda e Monserra
- Trilhos seculares - Caminhada pelo silêncio geresiano
- Serra do Gerês - Mata de Albergaria
- Travessia da Serra Amarela
- Trilhos seculares - Da Portela do Homem à Chã das Abrótegas, Maceira, Borrageiros e Messe
- Serra do Gerês - Trekking Borrageiro e Rocalva
- Serra do Gerês - Da Pedra Bela à Lomba do Vidoeiro
- Serra do Gerês - O Rio Dola, Biduila e Abelheira
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Típica flor primaveril, o seu aparecimento anuncia a chegada das cores às serranias do Parque Nacional.
Esta espécie de Narciso, também conhecida - entre outros nomes - por "campainhas-amarelas", ocorre numa grande variedade de habitats, desde prados húmidos, margens de linhas de água, charnecas, clareiras de matos e pinhais, surgindo em substratos preferentemente arenosos ou argilosos (fonte).
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
A instabilidade atmosférica vai continuar nos próximos dias, um cenário típico de Primavera. A chuva deve manter-se até dia 6 de Abril, seguindo-se um curto período sem precipitação, voltando a chuva no dia 10 de Abril.
A chuva fará a sua presença até ao dia 6 de Abril, com as temperaturas a baixarem. Não há previsão de queda de neve.
Notícia d'O Minho para ler aqui!
A Câmara de Melgaço abriu para arrendamento os edifícios da Zona de Lazer das Veigas, em Castro Laboreiro, no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Fotografia: CM Melgaço
Há já muito tempo que considero que os restos de um velho abrigo pastoril na Lomba de Pau, na Serra do Gerês, são na realidade os restos de um dólmen, ou cista, não estudado ou mesmo referenciado.
Chego a esta conclusão através da análise visual do local e pelo facto de o abrigo pastoril que se encontra nas proximidades, apesar de apresentar a normal estrutura em falsa cúpula típica dos abrigos pastoris da Serra do Gerês, ser construído utilizando grandes blocos graníticos, ao contrário das inúmeras pedras que constituem os variados abrigos pastoris que podemos apreciar nas serranias geresianas. Estes grandes blocos graníticos terão sido canibalizados do dólmen anexo.
Encontrando-se perto do marco triangulado de mesmo nome, a Lomba de Pau é uma chã de pastoreio localizada a 1.330 metros de altitude no maciço central da Serra do Gerês, tendo uma área de cerca de 5.900 metros quadrados. Caracteriza-se por uma área de pastoreio e por várias zonas húmidas de turfeira.
Presentemente, o Curral da Lomba de Pau não se encontra limitado por um muro de pedra solta, havendo no entanto vestígios deste, mas está servido por um forno pastoril cujas pedras foram consolidadas por cimento (possivelmente já nos anos 50 do século passado).
De forma geral, a estrutura dolménica existente no local está orientada no sentido Norte - Sul, tendo as dimensões físicas indicadas na tabela seguinte.
A estrutura terá servido como abrigo pastoril antes da construção do actual abrigo. A atestar isto, assinala-se uma mesa rudimentar junto do que terá sido a sua entrada. Sendo a estrutura demasiado estreita, foi abandonada para a construção do actual abrigo pastoril da Lomba de Pau.
A construção caracteriza-se por uma planta rectangular cujos limites são compostos por pedras de consideráveis dimensões. A disposição desta e o facto de na sua extremidade Norte haver uma pedra que parece ter sido sustentada, faz-nos lembrar a composição de um dólmen ou uma câmara dolménica (que geralmente era construída com grandes pedras verticais que sustentam uma grande laje horizontal de cobertura).
O conjunto em questão, de pequenas dimensões, encontra-se no que parece ser um plano ligeiramente elevado, dando a entender que em tempos a estrutura poderá ter estado toda coberta pelo solo e que pode também implicar que o seu interior tenha sido mais profundo.
Assim, e sendo demasiado pequeno para ser considerado um dólmen, poderemos estar na presença de uma cista que era um monumento de tradição megalítica funerário, sendo basicamente formado por quatro lajes, colocadas verticalmente formando um retângulo. Sobre elas costumava ser colocada outra pedra horizontal a jeito de tampa. No interior eram colocados os restos mortuários. Em geral, a conservação das cistas é má, costumando faltar a tampa e mesmo alguma das lajes laterais.
No caso da estrutura da Lomba de Pau, e quando se inspecciona o seu interior, é notória a inclinação dos esteios que sustentava a pedra superior (chapéu).
A arte atlântica, com a qual foram identificadas as figuras rupestres do Absedo, data de 4.000 anos AC, podendo assim ajudar na datação desta estrutura à qual se pode associar alguns pormenores peculiares. Em três posições, duas delas coincidindo com o ponto cardeal Sul e com o ponto cardeal Este, encontram-se orifícios escavados na rocha. O orifício Sul está alinhado com a entrada do dólmen, existindo outro orifício bem definido a Nascente da estrutura. A Poente não se define qualquer orifício semelhante (os existentes terão sido provocados por erosão) e a Norte não se define qualquer pormenor (o desgaste na pedra pode ter sido provocado por erosão ou em tempos ter-se-á removido parte dela).
As duas fotografias seguintes mostram os orifícios referidos.
A fotografia à esquerda mostra o orifício a Sul e a fotografia à direita mostra o orifício a Este.
De referir que na maioria dos casos, junto dos abrigos pastoris, surgem orifícios escavados na rocha e que serviram como gamelas para a alimentação dos cães de pastoreio. Não me parece ser o caso dos orifícios em questão.
As imagens seguintes dão-nos uma ideia geral do dólmen / cista na Lomba de Pau.
E pronto! Criado há 54 anos, o Parque Nacional da Peneda-Gerês - em todas as suas vertentes - falha redondamente na preservação da História do território. De facto, faz-me lembrar as instituições universitárias que estão sempre a estudar o mesmo e que produzem dezenas e dezenas de artigos científicos sobre o mesmo assunto.
Por cá, «estuda-se» o que está à vista e deixa-se o resto a desaparecer lentamente com o passar dos anos. Por outro lado, a História do território de Terras de Bouro não se limita à ocupação (invasão) romana e a Vilarinho da Furna, ou à recente História termal. Em Vestígios de abrigos pastoris no Prado (Campo do Gerês), mostra-se que a ocupação do território é milenar e que muito trabalho haverá a fazer para que os milénios esquecidos mereçam o devido destaque na História de Terras de Bouro, paragem de esquecidas tribos, das legiões de César, dos bárbaros Búrios, dos pios Hospitaleiros e de outros que o foram moldando ao longo dos séculos.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)