Nos últimos anos os dias com neve a cobrir grande parte da Serra do Gerês não têm sido usuais, daí que é de aproveitar estes dias para quando as memórias forem o único que nos resta.
Os caminhos percorridos são já conhecidos, mas com o cenário invernal que se instalou por algum tempo nas paisagens serranas, estas tornavam-se algo de novo e por vezes inesperado.
O percurso não apresenta grande dificuldade ao subir da Portela de Leonte em direcção à Chã do Carvalho e Vidoal, seguindo pela Preza e subindo para a Chã da Fonte, Lamas de Borrageiro, Gralheiras e Lomba de Pau. Daqui, seguiu-se para o Prado do Conho, Porto de Vacas e Prados da Messe.
Como referi, o percurso é fácil e conhecido. Porém, a presença de um manto de neve que já obrigava a «marchar» tornou a progressão mais difícil e havendo zonas onde a acumulação era já razoável, tornava a jornada ainda mais interessante.
Se a subida para o Vidoal foi algo já de maravilhoso com as encostas do Pé de Cabril cobertas de neve num enquadramento invernal, a chegada ao belo prado trouxe um cenário quase épico com o Outeiro Moço a não passar de uma penumbra por entre as nuvens escuras. Cenários semelhantes surgiram ao atravessar as Lamas de Borrageiro, as Gralheiras e a Lomba de Pau, com verdadeiras esculturas de gelo esculpidas pelo vento a formaram-se nas grandes mariolas.
Intocados encontravam-se o Conho, a passagem por Porto de Vacas e os Prados da Messe. As únicas marcas que surgiam no meio da perfeição da Natureza, e sendo elas próprias verdadeiras pinceladas artísticas no quadro por onde se caminhada, eram as marcas dos pequenos animais que procuravam alimento por entre a neve.
O silêncio da neve tornava-se mais profundo nos Prados da Messe, onde de quando em vez o vento avisava que mais cedo ou mais tarde seria hora de encetar o regresso que foi feito pela Lomba de Burro, descendo depois para a parte superior da Água dos Vidros e seguindo para a Lameira das Ruivas, encetando depois a descida pela Costa de Sabrosa.
Ficam algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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