segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Volfrâmio


O volfrâmio, o molibdénio e o estanho, eram os três minérios extraídos das concessões mineiras dos Carris: Salto do Lobo (volfrâmio, o molibdénio e estanho), Lamalonga n.º 1 e Corga das Negras n.º 1 (volfrâmio e molibdénio).

O volfrâmio, a «espuma de lobo», também designado por tungsténio é um elemento químico de símbolo W e número atómico 74, sendo um metal de cor branco cinza sob condições padrão. No estado natural é apenas encontrado combinado com outros elementos, sendo os seus minérios mais importantes são a volframite e a scheelite. Foi identificado como um novo elemento em 1781, e isolado pela primeira vez como metal em 1783. O elemento livre é notável pela sua robustez, possuindo o mais alto ponto de fusão de todos os metais (3410ºC) e o segundo mais alto entre todos os elementos. Possui uma alta densidade sendo 19,3 vezes maior do que a da água (isto é, 19,3 gcm-3) e cerca de 1,7 vezes que a do chumbo.

A designação 'volfrâmio' vem do alemão "wolf rahm", nome atribuído em 1747 por Johan Gottschalk Wallerius. "Wolf rahm" por sua vez deriva de "Lupi spuma", o nome usado por Georg Agricola para este elemento em 1546, traduzido para português como "espuma de lobo", e é uma referência às grandes quantidades de estanho perdidas na extracção deste metal devido à presença de volframite no minério que continha o estanho que parecia, nas palavras de António Moura, “devorá-lo”. Por outro lado, tungsténio tem origem no nórdico “tung sten” que significa "pedra pesada" e que foi utilizado por Axel Fredrik Cronstedt em 1757 para designar o mineral que hoje se designa por scheelite, descoberto na Suécia em 1750. 

A volframite é o minério mais importante de volfrâmio. A composição química é um tungstato de ferro e manganésio. Trata-se de uma solução sólida cujos membros são a ferberite (tungstato de ferro) e a hubnerite (tungstato de manganésio). Cristalizam em formas da classe holoédrica do sistema monoclínico. São minerais pretos ou castanhos-escuros com risca cor de chocolate, por vezes preta. São opacos, de brilho submetálico. A volframite é um mineral duro, frágil e muito denso. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2012 - http://www.infopedia.pt/$volframite (Consultada. 05-02-2012).

A scheelite é o mineral de tungstato de cálcio (CaWO4), sendo um importante minério de volfrâmio.

O volfrâmio com pequenas quantidades de impurezas é frequentemente frágil e duro, o que o torna difícil de trabalhar. A forma elementar não combinada é usada em várias aplicações, “sendo as principais aplicações em carboneto de tungsténio (WC) e em aços duros estáveis a alta temperatura (ligas de Co-Cr-W) para ferramentas de corte a alta velocidade e para armamento. O volfrâmio de alto grau de pureza é usado em filamentos de lâmpadas e outras aplicações eléctricas. Os compostos de volfrâmio tem um grande número de aplicações industriais.” (Moura, António (2010) “Metais e semi-metais de Portugal”, Palimage, Coimbra, pág. 135)  O volfrâmio é o único metal da terceira série de transição que se sabe ocorrer em biomoléculas usadas por algumas espécies de bactérias. Porém, o volfrâmio interfere com os metabolismos do molibdénio e do cobre, sendo ligeiramente tóxico para a vida animal.

Texto adaptado de "Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês" (Rui C. Barbosa, Dezembro de 2013)

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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