A nossa paisagem física e psicológica vai-se pouco a pouco modificando. Os rios lírico, represados, começam a dar energia eléctrica, e os montes ossudos, repovoados, perdem pouco a pouco o seu perfil trágico e alucinado. O mundo caminha nas rodas do progresso, e atrás dele lá vai a atamancar a nossa harmonia bucólica e faminta.
É pena que os homens não descubram senão em formas cosmopolitas. Que o mesmo saca-rolhas tire as rolhas de todas as garrafas. Cada terra devia ter os seus inventos próprios, as soluções próprias do seu caso.
Miguel Torga
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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