Ao olharmos os registos históricos verificamos que o interesse pela Serra do Gerês pode ser visto de duas formas: o seu interesse devido às suas águas medicinais e o seu interesse devido às suas características naturais.
Ora, se o interesse devido às suas águas medicinais prolonga-se desde a presença Romana, e quiçá até mesmo anterior, o interesse devido às suas características naturais é muito mais recente. Exceptuando os trabalhos de Link realizados em finais da década de 90 do século XVIII e de um ou outro naturalista que fugazmente teria visitado a Serra do Gerês, temos de chegar a Setembro 1908 para encontrar uma excursão cientifica com o objectivo de estudar as belezas naturais do Gerês. Já anteriormente em 1882 a Sociedade de Geographia havia percorrido parte da serra e em Outubro de 1887 a família real Portuguesa havia participado numa caçada aos corços, mas sem interesse científico.
É óbvio que muito do verdadeiro conhecimento da montanha reside em quem nela vive e ganha o seu sustento, e por vezes ao conhecimento cientifico falta-lhe o complemento deste conhecimento dos lugares.
Se por um lado não será de admirar que somente nos últimos 100 anos a Serra do Gerês tenha aberto mão de parte dos seus segredos, é no entanto legítimo questionar se todos os segredos estão desvendados e o que nos reserva a serra a cada vez que por lá deambulamos?
Esta é a magia de cada caminhada...
(Na fotografia a vezeira nos Prados da Messe a 24 de Julho de 1933)
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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