sexta-feira, 5 de março de 2010

O património perdido da Peneda-Gerês (XIV)

Visitar a Mata de Albergaria é visitar o coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês e passear por parte do seu passado histórico desde os tempos romanos, passando pelos períodos clássico do início e meados do Século XX até uma triste realidade.

O passado romano está à vista através da Geira Romana e dos restos da Ponte de S. Miguel. Os velhos postais levam-nos para uma época onde a Serra do Gerês era um orgulho nacional expresso pelas palavras do alemão Link ou pelas descrições bucólicas de Ricardo Jorge ou Tude de Sousa.

O passado e o presente encontram-se no abandono, no vandalismo e na perda de identidade das construções abandonadas na Albergaria. Ao visitar este espaço vemos três construções: a Casa da Albergaria, uma segunda casa de apoio e um edifício que pelo seu aspecto terá servido de garagem e provavelmente de arrecadação. Os três edifícios estão abandonados, degradados, vandalizados... uma triste lembrança dos Serviços Florestais e a constatação do abandono a que estas estruturas foram deitadas com a falta de investimento estatal. O telhado da Casa de Albergaria está em péssimo estado apresentando uma grande abertura junto da grande chaminé que certamente corre o risco de um dia cair pelo telhado para o interior da casa. Junto das casas encontram-se os antigos viveiros das trutas como se fossem valas a céu aberto à espera da última agonia deste parque nacional.

Sendo o coração do parque nacional, e talvez a sua única razão de ser, acaba por ser um local um pouco triste, abandonado... que não seja um epitáfio da protecção da Natureza em Portugal.

A Casa Florestal da Albergaria está situada a 41º 47'31N - 8º 08'16O a uma altitude de 679 metros (GPS). Por seu lado, a casa de apoio está localizada a 41º47'30N - 8º 08'16O a uma altitude de 676 metros (GPS).

Ainda na área da Mata da Albergaria encontramos duas casas junto da entrada do Centro de Recuperação de Animais Selvagens (antigo Centro de Recuperação de Aves de Rapina). Estes dois edifícios, em ruínas..., estão agora dentro do perímetro vedado existente na Albergaria. Aparentemente, esta vedação serviria para criar um espaço para a reprodução (?) do corso. Nunca vi nenhum animal dentro do perímetro que marca a paisagem de forma significativa. Provavelmente dento do centro de recuperação ainda existirá um outro edifício que não tive oportunidade de visitar por razões óbvias pois o perímetro está encerrado.

Os edifícios junto da entrada do centro de recuperação encontram-se a 41º 47'35N - 8º 08'06O e a uma altitude de 696 metros (GPS).

Uma primeira série de fotografias obtidas na Mata de Albergaria...














Fotografias: © Rui C. Barbosa

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