sexta-feira, 15 de maio de 2009

...e surgem as Minas dos Carris num guia de percursos pedestres na Peneda-Herês

Já por várias vezes aqui referi a diferença que existe entre aquilo que o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) diz e o que se passa na realidade em relação ao trilho que liga a ponte sobre o Rio Homem e as Minas dos Carris. Não é que isto queira dizer que o PNPG esteja alheado da realidade, até certo ponto estará, mas não se compreende como por vezes a falta de comunicação ou a simples falta de informação possam conduzir a situações que poderão ser complicadas para o amante da montanha mal informado (sim, acreditem que há muitos!!!). O mais interessante é muita desta falta de informação pode até ser não atribuida ao PNPG, o que acredito que seja a verdade em muitos casos.

Senão vejam este seguinte exemplo: em Julho de 2007 foi editado um guia de percursos pedestres pela editora Alhena Media com o título "Pesseios e Percursos Irrepetíveis - Peneda-Gerês" da autoria de Manuel Nunes e Jorge Nunes.

Por volta da página 109 os autores referem as diferentes tipos de áreas de protecção que existem no PNPG e as respectivas limitações ao nível do pedestrianismo. Além de se cometer um erro grosseio em certa parte do guia ao se dizer que em certas zonas de maior restrição do parque nacional, o pedestrianismo só poderá ser feito por montanhistas federados (como se estes, pelo simples facto de serem federados, não cometerem também actos groseiros nessas áreas ou estarem envoltos em alguma aura que lhes confere um direito que o montanhista não tenho pelo facto de não pagar um dízimo...), chega-se ao ponto de dizer que as actividades de "...de pedestrianosmo são interditas na Zona de Protecção Total da Área de Ambiente Natural, com excepção para a estrada de ligação entre a Portela do Homem e os Carris". Como a maior parte dos praticantes de pedestrianismo e montanhismo que seguem este blogue sabem, tal afirmação não é correcta tendo em conta a área de limitação da Zona de Protecção Total que se inicia na Abilheirinha e que engloba certa parte dessa 'estrada'.

Em minha opinião seria útil que ao se escrever um livro que certamente será utilizado por muitos amantes da Natureza e no qual são descritos muitos percursos pedestres se deve ter o cuidado de saber no terreno qual a situação real dese mesmo trilho, não levando assim as pesseoas a poderem ser surpreendidas pelos amigos vestidos de azul que certamente terão todo o gosto em lhes passarem um postal de boas festas. Compreendo porém que no caso do percurso em questão, a fantasia e a realidade se confundam de uma forma sui generis...

Não posso ajuízar em relação às informações dadas neste guia sobre outros percursos no PNPG, pois com um preço de €19,00 não é uma compra prioritária... mas fica na lista.

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