sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Serra do Gerês - Por entre o nevoeiro

 


Três cenários distintos marcaram esta caminhada pelas serranias geresianas. Se no início a caminhada se percorreu paisagens toldadas pelo nevoeiro, o meio da jornada fez-se com um Sol quase primaveril, mas onde as sombras guardavam a memória do Inverno. Já a parte final assistiu ao regresso do nevoeiro que durante todo o dia preencheu os vales mais baixos num constante vai e vem.

A caminhada levou-me ao Pé de Medela saindo da Portela de Leonte. Seguindo por algumas centenas de metros a estrada, tomei o carreiro pelo Vale de Maceira chegando ao curral do mesmo nome num cenário de 'dia de lobo'. O pesado nevoeiro parecia agarra-se viscosamente às encostas do vale em ondulações ora subindo, ora descendo. Seguindo na direcção das Tábuas, foi aqui onde deixei a morrinha e encontrei o céu azul com o topo do Pé de Cabril a espreitar por entre as nuvens que preenchiam todo o vale desde Leonte até à Albergaria, num mar ondulante que se prolongava Galiza adentro.




Acima do grande banco de nevoeiro o Sol brilhava, trazendo um conforto desejado e fazendo aquecer a alma. A jornada continuava então passando o Curral de Carris de Maceira e seguindo as velhas mariolas para a base do Pé de Medela, mostrando a passagem para o topo do Vale do Rio do Forno guardado pelas Albas e pelo Cornogodinho.

Ladeando as Albas por Nascente, segui para os Prados da Messe onde uma língua de nevoeiro corria ligeira, cobrindo os prados. Dissipando-se com o ténue calor do Sol invernal, o cenário era cristalino quando lá parei para um curto descanso antes de prosseguir para o Curral da Pedra e daqui para o Porto de Vacas, passando a ribeira e iniciando a subida da corga que me levaria ao Prado do Conho.




A paragem no Prado do Conho serviu para o almoço e para «olhar» para as duas palas que ali existem, vestígios dos idos tempos do secular pastoreio, possivelmente de uma época ainda antes da construção dos abrigos pastoris.

Subindo então, chegava aos Portelos do Conho e daqui para Lomba de Pau, seguindo para a Chã da Gralheira, Lamas de Borrageiro e Fonte da Borageirinha, descendo então para a Preza, já vendo o magnífico cenário coberto de nevoeiro a Norte e limpo a Sul na direcção do Vale de Teixeira. A parte final da jornada fez-se pelo Prado do Vidoal e descendo para a Portela de Leonte passando pela Chã do Carvalho através da secular calçada.

































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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