domingo, 5 de novembro de 2023

Serra do Gerês - De Pala Freita ao Pinhô por entre a chuva e a Natureza

 


Caminhada feita no signo da chuva que nos visitou constantemente ao longo das horas que rumamos do Cruzamento de Pala Freita ao Curral de Pinhô numa caminhada pela Natureza da Serra do Gerês e as paisagens do nosso Parque Nacional.

Começamos o dia com uma paragem na Pedra Bela mergulhada em lençóis de nevoeiro que por vezes esvoaçavam, permitindo o vislumbre de horizontes mais alargados. Abandonando a ideia inicial de uma visita ao Vale de Teixeira, prevendo o alto caudal dos rios, seguimos então para o Arado e subimos ao miradouro da famosa cascata. As águas das chuvas das últimas semanas servem para a promoção do Verão de um turismo tísico que vive apenas da imagem que representa a Serra do Gerês noutra altura do ano.

Torrentes de água branca despedaçavam-se rochas abaixo, criando uma banda sonora de cascata com um fundo de tom grave, assustador. A força da Natureza é implacável e não misericórdia com quem arrisca por uma vaidade no Instagram.

Deixando o Miradouro da Cascata do Arado para trás, seguimos serra acima, até chegarmos ao velho Curral de Giesteira com o seu secular forno pastoril e o seu grande carvalho caído. Por entre a paisagem de Outono enquadrada num painel de cedros, subimos a Corga do Urso, memória toponímica da presença daquele animal por estas paragens. Finda a corga, e chegados ao caminho florestal, descemos então para o Curral de Malhadoura com o seu encastelamento natural de grandes blocos graníticos.

Por esta altura, bátegas caíram dos céus, marcando a chegada ao Curral dos Portos e Tribela, já a caminho da Ponte de Servas lançada sobre o Rio do Conho que corria estrepitosamente e apressado, montanha abaixo. O Curral de Pinhô foi o local de descanso e abrigo de um dia que se ia, ora abrindo mostrando pinceladas de céu azul, ora se fechava trazendo as memórias do Inverno que há-de vir.

O regresso ao ponto de partida foi feito seguindo de volta para a Tribela e passando pela triste Casa Florestal da Malhadoura, continuando depois pelo caminho florestal que passou pela Ponte do Arado até Pala Freita.

Ficam algumas fotografias do dia...












Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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