Em 2017, no dia 6 de Maio, com a ajuda e sabedoria da Senhora Maria das Dores de Mourilhe e da Senhora Ana do Ourives de S. Ane, semeámos linhaça no Abrigo da Garrana.
Dessa semente lançada na terra arrincámos o linho que ripámos, macerámos e secámos.
A 30 de setembro iniciámos os tormentos do linho na Eira do Adro do Lugar da Vila de Cabril. Maçámos, espadelámos, assedámos e fizemos as nossas primeiras estrigas prontas para carregar as rocas.
Assim chegámos aqui, aos serões à lareira. Mais um passo na recolha e aprendizagem deste Ciclo do Linho, Património imaterial da Cultura Tradicional de Barroso.
O primeiro serão foi realizado na Residencial Geriátrica de S. Vicente da Chã. A experiência funcionou melhor do que eu esperava. Os mestres aposentados usaram das suas memórias e lembraram os tempos áureos desta prática agrícola do concelho de Montalegre.
Era preciso continuar os serões nas aldeias. Assim fiz em Salto, em Fafião, em Montalegre, em Pitões das Júnias. O programa base que propus incluía a tertúlia, a fiação (se as mulheres se animassem) e uma merenda no fim.
Os participantes foram acrescentando as quadras, os ditos, as cantigas e, em Pitões das Júnias fez-se roda e bailarico, com abraços e risadas.
No dia 14 de abril, em Tourém, no Pátio da Maria do Padre fecharemos o primeiro ciclo do Linhar ao Tear e contamos consigo neste encontro que desejamos que seja de recolha e partilha da Cultura Tradicional de Barroso.
Se tem fuso e roca traga, se tem guitarra e concertina, realejo ou pandeireta pois que venham também. Mas acima de tudo
Traga as suas memórias e venha partilhá-las connosco.
P.S. Na arca guardámos a baganha e a semente que nos permitirá continuar já a 21 de abril um novo Ciclo do Linho.
E assim, o linho volta a Barroso.
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