segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Carris e o turismo aventura...

Carris, 26 de Outubro de 2008

Em conversa com alguém que foi surpreendido pelo facto de ser «proibido» fazer o trilho que liga a ponte sobre o Rio Homem e as Minas dos Carris, foi-me apontado um determinado comentário a um vídeo sobre tal caminhada disponível no YouTube. Este comentário referia somente o seguinte "proibido... coima até 2500 euros".

Não vou aqui lavrar sobre a proibição ou não... já gastei muitas teclas a escrever sobre isso e neste momento não me apetece dar porrada em ninguém... Porém, ao pesquisar um pouco mais sobre o assunto deparei-me com a seguinte realidade (que já era do meu conhecimento, mas que aqui assumo o papel de ignorante para dar mais ênfase a esta entrada no blogue). Sendo proibido caminhar até às Minas dos Carris, porque razão o pagamento de uma taxa ou serviço torna esta caminhada possível? Isto é, porque razão uma determinada empresa de turismo aventura (ou mesmo uma determinada associação como várias o apregoam) pode organizar uma caminhada até aos Carris? Será que o Parque Nacional disponibiliza um serviço de acompanhantes a essas pessoas? Ou será que o dinheiro que pagam (e a famigerada taxa) serve para preservar o caminho até ao alto da serra... (...) Será que um grupo de 50 pessoas que pagaram o serviço tem menos impacto no ambiente do que um grupo de 50 pessoas que não o pagam e que visitam a montanha pelo simples prazer de conviver na Natureza?

(...Voltando à escrita após 17 minutos de riso extremo)... Sinceramente não percebo esta situação. Nesta altura, e até alguém me provar o contrário, estou plenamente convencido que muitas das agressões que tenho visto nos Carris e na Serra do Gerês são feitas por empresas de turismo aventura na tentativa de proporcionar aos seus clientes o máximo de adrenalina ao fazerem um trilho sozinhos... Para não referir o caso 'Perdidos' de Fevereiro passado, lembro-me do mistério das 'Mariolas Azuis' e a recente sequela com o mistério das 'Mariolas Vermelhas' e das pinturas de amor nas ruínas dos Carris. As autoridades não fazem nada porque estão mais interessadas em perseguir quem preserva a Serra do Gerês e aguardam serenamente que alguém seja apanhado em flagrante delito para actuarem... esperemos deitados...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

4 comentários:

Jorge Nogueira disse...

Olá Rui,
Não quero ser advogado do diabo, mas andei-me a informar se as empresas de animação turistica podem subir aos carris, e a resposta foi negativa.
As empresas têm que entregar no PNPG/ICN, os trilhos onde pretendem desenvolver actividades e só o poderão fazer depois de superiormente aprovados.
Resumindo se uma empresa for encontrada fora dos "seus" trilhos, sujeita-se a Coima como o resto dos mortais!
Abraço

Rui C. Barbosa disse...

Viva Jorge!

Eu não digo o contrário, só digo que o pagamento de uma taxa pode fazer essa diferença.

Abraço!

Anónimo disse...

Talvez essa taxa seja para gastar em baldes do lixo para limpar a porcaria do pessoal que vai para o rio homem no verão desfrutar da natureza e poluir akilo...

O parque devia ter vergonha por cobrar multas a quem vai a carris sem estragar e poluir, vai apenas pelo gosto da natureza. No entanto, deixa o pessoal poluir junto a ponte...

É triste subir a carris e observar os primeiros kms cheios de lixo...

Abraço a todos!

Anónimo disse...

Acho piada que o parque nos proíba de fazer determinados percursos, porque são espaços protegidos (até aqui tudo bem); mas ao mesmo tempo, o parque está a destruir o pouco que ainda resta da mata do Mezio com centros de interpretação, resourts, restaurante e talvez um SPA em pleno PNPG,
é um complexo gigante de betão que, pelos vistos, tem o consentimento de quem deveria defender o nosso Parque Nacional; de semana a semana fui vendo cada vez mais àrvores serradas (algumas centenárias), no principio achei que seria uma abertura de caminho para a prevenção de incendios, mas já percebi que anda dinheiro e madeireiros metidos ao barulho.
A cereja no cimo do bolo é a casa florestal pintada de cor de rosa, é incrível a rapidez com que se desfaz um espaço que era tão agradável.
Claro que a mata está replecta de lixo, entulho, pneus, graças ao civismo de quem anda construir este complexo...

Mariana.