terça-feira, 10 de junho de 2025

Paisagens da Peneda-Gerês (MDCCCLVII) - O castelo e o marco geodésico de Castro Laboreiro

 


O marco geodésico de Castro Laboreiro, Serra da Peneda, assinala um dos principais pontos de defesa do início da nacionalidade onde perduram as muralhas do velho castelo.

Segundo o sítio do Sistema de Informação para o Património Arquitectónico, o Castelo de Castro Laboreiro é uma "fortificação medieval terrestre, composta por castelo e cerca urbana, possivelmente construída no séc. 12 / 13, sobre estruturas pré-existentes, numa montanha escarpada de difícil acesso, e de que subsistem apenas as muralhas definidoras dos dois recintos. Apresentam paramentos aprumados, já sem remate e adarve, mas que no início do séc. 16 era em parapeito ameado. O castelo, roqueiro, implanta-se na zona mais elevada e, apesar de se adaptar à morfologia do terreno, possui planta retangular, irregular apenas no ângulo nordeste. Segundo o desenho de Duarte d'Armas, integrava nos ângulos quatro torres e um cubelo, enquadrando a torre de menagem central, quadrangular, terminada em balcão corrido, característico do séc. 15, precedida por muralha retangular, possuindo ainda no interior a cisterna e o quartel retangular. Destes, subsistem apenas vestígios das últimas duas estruturas e algumas reentrâncias das torres, devido à explosão do paiol, existente na torre de menagem, após a queda de um raio, em 1659. O acesso ao castelo faz-se a norte, por porta em arco, sobre impostas, o qual é encimado por duas mísulas, talvez de antigo balcão, mas que não existia no desenho quinhentista. A sul do castelo e comunicando com ele por porta em arco, reconstruída no séc. 20, desenvolve-se a cerca da vila, de planta ovalada e de maiores dimensões, conservando escadas estruturadas na espessura do muro de acesso ao adarve, e acesso independente a sudeste, por dois portais em arco de volta perfeita, um posteriormente transformado em verga reta. A povoação intramuros terá sido abandonada ainda na Idade Média, passando a vila para uma cota inferior, representada no desenho de Duarte d'Armas. Apesar da perda de importância estratégica, a fortificação foi utilizada na Guerra da Restauração e da Guerra Peninsular, devido à posição fronteiriça, mas certamente com estruturas rudimentares, já que em 1758 parte da muralha do castelo estava arruinada e o quartel e casa do governador no interior estavam arruinadas e sem portas. No séc. 19 a ruína da fortificação acentua-se, devido à reutilização da pedra nas construções da vila. Ainda que se identifiquem as estruturas de planta quadrangular no interior do recinto da cerca como pertencendo à antiga capela, a verdade é que a mesma é representada, em 1650, no corpo adossado à torre de menagem."

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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