O Município de Terras de Bouro emitiu um edital de aviso de interrupção do trânsito entre Ermida e Fafião, nomeadamente na travessia da Ponte sobre o Rio Arado entre as 8h00 e as a18h00 do dia 7 de Agosto de 2025.
O Município de Terras de Bouro emitiu um edital de aviso de interrupção do trânsito entre Ermida e Fafião, nomeadamente na travessia da Ponte sobre o Rio Arado entre as 8h00 e as a18h00 do dia 7 de Agosto de 2025.
A caminho dos Bicos Altos, Serra do Gerês.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Notícia d'O Minho para ler aqui.
"Carlos tem os braços arranhados, foi de “entrar no mato”, ele e outros, para impedir o fogo da Peneda-Gerês de entrar na aldeia, mas na serra Amarela “ardeu tudo”, há vacas perdidas e críticas ao combate às chamas."
Fotografia: Ivo Borges/O Minho
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) falou para dizer que "arderam 5.786 hectares do Parque Nacional da Peneda-Gerês" no incêndio que decorreu entre 26 de Julho e 2 de Agosto de 2025.
Notícia da LUSA para ler aqui.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
A frase "deixa arder que é do Estado" ainda ecoa em muitos cantos de Portugal, mas no que diz respeito ao Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), esta ideia não poderia estar mais longe da verdade. A conversa que se desenrola no balcão de um de café serve de retrato perfeito para a necessidade de esclarecer esta questão, fundamental para a conservação e o futuro desta área protegida.
Editorial da Peneda-Gerês TV para ler aqui!
Efetivamente, a grande maioria do território do PNPG não pertence ao Estado. São cerca de 70.290 hectares, dos quais apenas uma pequena área de 5.275 hectares (7,5% da área total) pertence efetivamente ao património do Estado e que consistem principalmente em Matas Nacionais, como como a Mata Nacional do Gerês no concelho de Terras de Bouro. O restante que é a esmagadora maioria, é de particulares ou de terrenos comunitários, os chamados baldios.
Quando o fogo consome a paisagem, não está apenas a destruir "o do Estado". Está a queimar as propriedades de milhares de famílias que ali vivem, trabalham e de cujas terras tiram o seu sustento. Está a aniquilar as florestas comunitárias, geridas por conselhos de baldios, que são uma fonte de rendimento crucial para as populações locais. O prejuízo ambiental é imensurável, mas o prejuízo material e social atinge diretamente as comunidades que vivem, moldam e preservam esta paisagem há séculos.~
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
ACTUALIZAÇÃO 4 - Pelas 15h04, a ocorrência foi dada como concluída.
ACTUALIZAÇÃO 3 - Pelas 15h05, o incêndio envolve 25 operacionais, apoiados por seis viaturas e um meio aéreo.
ACTUALIZAÇÃO 2 - Pelas 14h31, a informação foi actualizada como estando "em resolução". Nesta altura, o incêndio envolve 20 operacionais, apoiados por quatro viaturas e um meio aéreo.
ACTUALIZAÇÃO 1 - Pelas 14h26, a informação relativa a esta ocorrência foi retirada da página de 'Ocorrências' da Protecção Civil.
Pelas 13h40 foi declarado um incêndio na área do Parque Nacional da Peneda-Gerês, nomeadamente na Preguiça - Vilar da Veiga.
O incêndio envolve 15 operacionais com o apoio de dois meios terrestres e um meio aéreo.
Notícia do Terras do Homem para ler aqui!
"Uma investigadora do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) defendeu hoje um reforço de meios do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para diminuir a burocracia e obter respostas rápidas, ouvindo os agentes locais nas decisões."
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Mais de uma semana após o início do incêndio florestal que dizimou cerca de 90% da área da Serra Amarela, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, manteve-se e mantém-se um silêncio ensurdecedor por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) sobre esta catástrofe.
Antes da escrita deste texto, e para evitar alguma inverdade, tive o cuidado de percorrer o sítio oficial do ICNF à procura de alguma palavra sobre este incêndio. Nada! Absolutamente, nada!
Em tempos, tive a oportunidade de referir a alguém do ICNF, e mais propriamente a alguém do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que - na minha opinião - um dos maiores problemas do ICNF / PNPG era a falta de comunicação com o mundo real, isto é, que existia um grande fosso entre quem dirige e que vive ou usufrui no PNPG. A situação actual parece confirmar da pior maneira esta verdade.
Muitas são as opiniões que apontam para uma gestão de gabinete cuja parte visível são as visitas de fato e gravata que ocasionalmente se vão fazendo. Enquanto isto acontece, o fosso entre ICNF/PNPG e as populações alarga-se e as relações vão-se deteriorando de forma exponencial.
Por esta altura já deveria ter ocorrido uma conferência de imprensa, já deveria ter sido emitido um comunicado a explicar o que correu mal e onde o ICNF errou (ou tem errado). Na verdade, o que temos é um silêncio tão vazio como agora a Serra Amarela se encontra.
Entretanto, e como é usual nesta situações, o Estado anuncia 1,5M€ para reforçar a gestão das áreas protegidas, nomeadamente para o apoio à contratação de técnicos qualificados, reforço da implementação dos planos de cogestão e envolvimento das comunidades locais.
Recorde-se que só em 2025 o Estado prevê aumentar a despesa militar em pelo menos 1,2M€, ou seja, um contributo adicional anual de cada contribuinte a rondar os 113 euros.
Está mais do que na altura de alterar o paradigma da relação entre ICNF/PNPG com as populações e com quem visita o nosso único Parque Nacional. Estes silêncios são inaceitáveis como se nada tivéssemos a ver com o que se passou.
Está na hora de apontar responsáveis (e não são somente os incendiários) e de tomar as medidas efectivas para que, de uma vez por todas, catástrofes como esta não voltem a acontecer.
Já nem peço um pedido de desculpa ao país por esta actuação, isso seria algo de íntegro por parte de quem aparenta não o ser, mas queremos excelência na gestão do ICNF. Queremos verdade e queremos consequências!
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
A Roca de Pinhô, nos domínios da Vezeira de Fafião, Serra do Gerês.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
A qualidade da fotografia não é a melhor e não nos oferece a dimensão do monstro que naquela altura percorria as encostas e vales da Serra Amarela. É uma fotografia feita à noite com um telemóvel cuja câmara não é da melhor qualidade e com uma exposição que, apesar de curta, acabou por desfocar um pouco a imagem.
No entanto, chamo a vossa atenção para uma pequena luz mesmo junto do limite da água da albufeira no quadrante inferior esquerdo da imagem. Aquela luz, branca, é a luz de um frontal de alguém que naquele momento fazia parte das equipas de Sapadores, Bombeiros, GNR ou Vigilantes da Natureza que estavam no combate ao incêndio que há já vários dias lavrava na Serra Amarela.
Na imagem não são visíveis as luzes de outros homens que se encontravam na escuridão da noite a combater o inferno que consumia vidas - animais e plantas - que sobressaltava populações serranas inteiras.
Estes homens que arriscam as suas vidas nas condições mais duras e difíceis, combatendo incêndios em zonas onde estes não deveriam chegar - mas que chegaram por incúria, incompetência e incapacidade de quem decide - são os salvadores do que se pôde salvar na Serra Amarela e os verdadeiros heróis que impediram que Portugal ficasse (ainda) mais pobre no que diz respeito às suas áreas protegidas.
Estes são quase sempre os homens invisíveis, os heróis sem capa, que durante todo o ano preservam a nossa Natureza, sendo eles também vítimas da má gestão e da incompetência. São vítimas do "Não vamos fazer tanto alarme social por causa disto" e são vítimas da desproporcionalidade, segundo o Presidente da República, do accionamento do Mecanismo Europeu de Protecção Civil.
Por muitas palavras que possa escrever, serão poucas para agradecer o trabalho e o empenho destes homens do Corpo de Sapadores Florestais ao serviço no Parque Nacional da Peneda-Gerês, das diversas Corporações de Bombeiros presentes no combate às chamas, dos militares da Guarda Nacional Republicana e do Corpo de Vigilantes da Natureza do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Obrigado!
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Notícia do E24 para ler aqui!
"O incêndio que deflagrou na noite de 26 de Julho em Ponte da Barca foi finalmente dado como dominado esta manhã, pelas 10h45, segundo anunciou o comandante Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Protecção Civil, Elísio Oliveira."
Fotografia: Nuno Cerqueira
Segundo comunicado da Protecção Civil, entre as 00h00 do dia 3 de Agosto e as 23h59 do dia 7 de Agosto, é declarada a situação de alerta por elevado risco de incêndio.
Assim:
- Proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem;
- Proibição da realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração;
- Proibição total da utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão;
- Proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e outros espaços rurais com recurso a qualquer tipo de maquinaria.
𝗘𝗹𝗲𝘃𝗮çã𝗼 𝗱𝗼 𝗴𝗿𝗮𝘂 𝗱𝗲 𝗽𝗿𝗼𝗻𝘁𝗶𝗱ã𝗼 𝗲 𝗿𝗲𝘀𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗼𝗽𝗲𝗿𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗽𝗼𝗿 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗮 𝗚𝗡𝗥, 𝗰𝗼𝗺 𝗿𝗲𝗳𝗼𝗿ç𝗼 𝗱𝗲 𝗺𝗲𝗶𝗼𝘀 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗼𝗽𝗲𝗿𝗮çõ𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝘃𝗶𝗴𝗶𝗹â𝗻𝗰𝗶𝗮, 𝗳𝗶𝘀𝗰𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮çã𝗼, 𝗽𝗮𝘁𝗿𝘂𝗹𝗵𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼𝘀 𝗱𝗶𝘀𝘀𝘂𝗮𝘀𝗼𝗿𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼𝘀 𝗱𝗲 𝗿𝗶𝘀𝗰𝗼 𝗲 𝗱𝗲 𝗮𝗽𝗼𝗶𝗼 𝗴𝗲𝗿𝗮𝗹 à𝘀 𝗼𝗽𝗲𝗿𝗮çõ𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗽𝗿𝗼𝘁𝗲cçã𝗼 𝗲 𝘀𝗼𝗰𝗼𝗿𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗽𝗼𝘀𝘀𝗮𝗺 𝘃𝗶𝗿 𝗮 𝘀𝗲𝗿 𝗱𝗲𝘀𝗲𝗻𝗰𝗮𝗱𝗲𝗮𝗱𝗮𝘀;
Para memória futura: é este o aspecto da vertente Sul da Serra Amarela no dia 2 de Agosto de 2025. Do que havia, pouco escapou. O carvalhal de Vilarinho da Furna escapou por um triz devido à intervenção de populares e de elementos dos Sapadores (ICNF) e dos Bombeiros.
A zona era casa de alguns colmeais que, tendo fisicamente escapado às chamas, certamente irão morrer devido aos efeitos do calor, fumos e, agora, da falta de alimento para as abelhas. Não sendo colmeais de grande dimensão, não deixa de representar um prejuízo para os apicultores após meses de investimento.
A paisagem ainda vai sofrer mais danos; virão as chuvas e as inevitáveis derrocadas, iniciando-se um processo de erosão num solo severamente afectado por um incêndio ocorrido há 13 anos, levando assim ao seu empobrecimento. O coberto vegetal deverá surgir e começar a renovar-se na Primavera de 2026, mas passarão muitos anos até que a serra volte a ter o esplendor a que estávamos habituados.
Talvez os pastos surjam no próximo ano e talvez a Serra Amarela volte a ser ocupada pelo gado que por ali se alimenta.
Com a recuperação dos solos, talvez os animais voltem a ocupar os recantos da Serra Amarela que, entretanto, irá mergulhar num silêncio sepulcral por muitos meses.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
A fotografia data de 25 de Março de 2025 e foi feita durante a travessia integral da Serra Amarela. A imagem mostra um carvalhal espontâneo na encosta logo após a passagem do Curral de Ramisquedo na direcção do alto da Louriça, Serra Amarela. Neste dia, não imaginava que a estaria a ver pela última vez...
Esta talvez seja uma paisagem que já não existe, devastada pelo violento incêndio florestal que durante sete dias lavrou no Parque Nacional da Peneda-Gerês em Julho e Agosto de 2025.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
"Não vamos fazer tanto alarme social por causa disto!", Luís Montenegro - Primeiro-ministro de Portugal, 31 de Julho de 2025.
Imagens do incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês na noite do dia 31 de Julho de 2025.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)