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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

350... Minas dos Carris e a subida ao Altar dos Cabrões

 


Esta caminhada às Minas dos Carris através do Vale do Alto Homem foi ligeiramente diferente das anteriores, tendo seguido pelos carreiros que me levaram em primeiro lugar ao marco geodésico dos Carris e depois até ao Altar dos Cabrões, na extrema da raia.

A caminhada inicial fez-se pelo antigo caminho mineiro ao longo do Vale do Alto Homem (uma descrição detalhada deste percurso pode ser lida em 344... Minas dos Carris pelo Vale do Alto Homem). Após passar a Chã das Abrótegas (com o Curral das Abrótegas e o Curral de Cabanas Novas) e antes de entrar na recta que nos leva às Lamas da Carvoeirinha, segui por um velho carreiro (que eventualmente me levaria ao Curral do Concelho) que numa derivação à direita iniciou a subida para o marco geodésico dos Carris.


Ao longo dos troços rochosos, vai-se tendo uma perspectiva diferente «da chegada» às Minas dos Carris, passando-se por velhas sanjas e ruínas de velhos abrigos mineiros de pedra solta, memória de que a exploração no volfrâmio não foi somente realizada em profundidade nas galerias escuras da concessão do Salto do Lobo.

O ponto geodésico dos Carris encontra-se a 1.508 metros de altitude e é o primeiro de uma série de quatro pontos mais elevados que encontramos a caminho do Altar dos Cabrões. Em tempos, cheguei a ler sobre um ponto denominado "Pico da Cabreirinha" que se encontrava naquela corda de pontos mais elevados. Assim, por aquele zona teríamos: o alto dos Carris, Pico da Cabreirinha, Pico do Sobreiro e Altar dos Cabrões.



Em Janeiro de 2016, escrevo neste blogue o artigo Topónimos geresianos: Altar dos Cabrões e Cabreirinha. Passados estes anos, continuo sem encontrar qualquer referência em mapas ao "Pico da Cabreirinha". Por outro lado, a referência ao "Pico do Sobreiro" (que aqui é até erradamente referido como o ponto mais elevado da Serra do Gerês) parece surgir mais recentemente nas cartas topográficas, estando associado à mesma localização do Altar de Cabrões. Assim, não será o Pico do Sobreiro um topónimo galego na zona do "Altar dos Cabros" (denominação galega do Altar dos Cabrões) e não um topónimo português, mas que foi colocado nas nossas cartas militares mais recentes, criando assim a confusão de se dizer que o Altar dos Cabrões não está situado em Portugal? Na zona verifica-se o porquê da utilização do topónimo "Altar" - isto é, uma zona plana que se sobressai numa parte mais elevada - havendo uma parte em território português e outra em território galego (aqui refere-se que "El Pico do Sobreiro 1537 m se encuentra en la Serra do Xurés y es el punto mas elevado de esta sierra en territorio de Galicia.")

Das primeiras visitas que fiz ao Altar dos Cabrões, recordo-me da facilidade em seguir o caminho entre Carris e a extrema da raia. Isto já não acontece atualmente! A «orientação» é feita pelas mariolas que resistem e apenas na chegada ao Altar dos Cabrões se nota o velho carreiro que ali existia.

O Altar dos Cabrões proporciona uma paisagem magnífica sobre a Nevosa e o Curral de Marabaixo, bem como para o Vale do Rio de Vilameá, sendo ainda evidentes os danos na paisagem causados pelo grande incêndio de 2019.

O regresso foi feito de novo percorrendo o Vale do Alto Homem, tendo a oportunidade de me maravilhar com a figura de um macho que cabra-montês vigilantes sobre o Vale do Teixo.

E foi assim que assinalei a minha 350.ª caminhada às Minas dos Carris.

















































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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