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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Trilhos Seculares - Um passeio pelo Inverno


A meteorologia e os dias passados prometiam cenários de neve nos pontos altos do Gerês e nada melhor do que aproveitar a oportunidade para visitar locais conhecidos, mas com outro cenário.

A neve transforma a paisagem de uma forma que por vezes é difícil imaginar. Incute em nós uma sensação de quase alheamento perante a paisagem pintada de branco que nos rodeia. Este quase alheamento faz-nos ficar ali parados, em plena borrasca, a contemplar algo que sabemos ser efémeros e é por isso que muitas vezes decidimos «enfrentar» a serra e compartilhar as paisagens únicas que uma aberta por entre as nuvens nos proporciona.

Com a ideia de passar pelo Curral de Bicos Altos e tentar visitar o local de uma forma que ainda não o tinha visto, encetei nesta jornada saindo da Malhadoura. Com a implementação do trilho PR14, teve-se o cuidado de colocar a identificação em vários locais de interesse e uma destas identificações está localizada no pequeno curral (Curral da Malhadoura) mesmo junto à estrada florestal que liga o Arado à Trilbela. O mesmo acontece com o Curral dos Portos um pouco mais à frente. É muito interessante este tipo de identificação que tira partido do saber local e não se baseia nos erros das nossas cartas topográficas militares que pecam pela má qualidade da informação e por vezes da localização dos topónimos.

Bom, então o trajecto a partir da Malhadoura não tem nada que enganar, é mesmo seguir a estrada florestal até à Tribela e aqui no cruzamento virar à esquerda em direcção à Ponte de Cervas e Pinhô. Este é um trajecto sobejamente conhecido no Verão para muitos dos que vão para o Poço Verde (Poço Azul). Na Tribela o caminho deixa de ser uma estrada florestal e transforma-se num carreiro que nos levará a descer para o Rio Conho atravessando-o pela Ponte de Cervas e depois subir a encosta em direcção ao Curral de Pinhô, encontrando novamente a estrada florestal que nos levaria a Fafião. Após subir a encosta e pouco antes de encontrarmos novamente a estrada florestal, vale a pela olhar para trás, para o vale, e através dos Portelos de Rio Conho ver a magnífica paisagem que aí nos é proporcionada. No fundo do vale, meio escondido por entre as densas nuvens, vislumbrava-se o Cutelo de Pias (Roca de Pias) coberto de neve.

Nesta altura, e antevendo as dificuldades que se perfilavam pelo caminho, é quando devemos começar a pensar nas alternativas que irão surgir. O objectivo principal era o Curral de Bicos Altos e depois uma visita ao Curral de Pradolã, mas outras possibilidades se iriam abrir um pouco mais à frente.

Deixando para trás o Curral de Pinhô segue-se então em direcção ao Trilho da Vezeira que o vamos encontrar depois de abandonar novamente o estradão e passando junto de uma pequena represa (tanque). O caminho termina aparentemente uns metros mais adiante, mas na verdade transforma-se no estreito carreiro por entre o pinhal. Serpenteando por entre rochedos e árvores (várias delas caídas devido às recentes intempéries), rapidamente chegamos ao Trilho da Vezeira. Aqui há que ter um certo cuidado e estar atento às (poucas) mariolas, pois a certa altura temos de flectir à esquerda e começar a subir em direcção a Pousada. É nesta chã, e pouco antes de chegarmos ao curral com o mesmo nome, que temos de encontrar o caminho para o Curral dos Bicos Altos. Por esta altura todo o cenário se preparava para proporcionar um espectáculo único. Numa metamorfose, o céu carregado de nuvens cinzentas rapidamente se havia aberto para mostrar o seu glorioso azul. Os píncaros serranos pintados de branco reluziam à luz do Sol que aos poucos ia espreitando pelas nuvens que se tornavam carregadas para os lados do Larouco e da Cabreira, mas ali, sobre o Gerês, o maravilhoso cenário mostrava a Serra de Fafião num espectáculo que naquele momento valeu por toda a jornada.

Aproveitando a oportunidade, contemplei o máximo que pude a paisagem que ali se mostrava só para mim. Naquele momento, sentia-me privilegiado por poder testemunhar o filme que se projectava naquela imensa tela e por momentos percorreu a sensação de que o que acontecia, acontecia por mim... coisas de maluco e fantasias de montanheiro!!!

Era então hora de decidir por onde prosseguir. Nesta altura duas opções se perfilavam: a primeira seria simplesmente voltar atrás até Pousada e daqui subir a Pradolã e ir avaliando as passagens até Rocalva; a segunda opção seria prosseguir até ao Curral da Amarela e daqui avaliar a passagem para o Estreito e depois as passagens até Rocalva. Certamente que a segunda opção era a mais apelativa, proporcionando paisagens únicas e a possibilidade de ir podendo acompanhar a evolução da paisagem num largo horizonte sobre a Serra do Gerês. Com um céu azul e as nuvens a dissiparem-se, decidi então seguir até à Amarela, fazendo a gestão dos riscos tendo por base o estado do terreno (a presença de gelo era muito mau sinal) e a evolução das condições meteorológicas (as correntes de convexão eram um pouco fortes a Sul para os lados da Cabreira e a Norte, com uma corrente sobre a Rocalva e o Iteiro d'Ovos). Nesta altura não conseguia vislumbrar completamente o céu a Este, e como tal só me apercebi das nuvens carregadas após chegar um pouco mais adiante.

O percurso entre os Bicos Altos e a Amarela foi feito quase sem problemas, exceptuando nas zonas com maior declive e possível acumulação de gelo. As perspectivas de poder vislumbrar a serra coberta de neve veio a confirmar-se. De facto, para muitos será pouco habitual assistir a tamanho cenário por terras lusas com o perfil do Iteiro d'Ovos a assemelhar-se a uma imensa montanha no tecto do mundo e tanto Porta Ruivas como o Borrageiro a mostrarem-se como poucas vezes são vistos.

Se em algumas zonas a neve parecia já sofrer de um processe de endurecimento que a transformava em placas de gelo, ao chegar ao Curral da Amarela esta característica alterou-se por completo. A neve ia caindo de forma tímida, mas dava para notar que aquela neve era fruto de um nevão recente. Apesar de batida pelo vento, não se havia transformado em gelo e permitia uma «fácil» progressão.

De novo era altura de decidir por onde seguir. Na Amarela surgem três possibilidades: voltar para trás pelo mesmo caminho, descer a Lagarinho ou prosseguir para o Estreito. Com as condições a permitir uma boa visibilidade e com a meteorologia a ajudar (ainda) nesta altura, enveredei em direcção ao Estreito (a possibilidade de descer a Lagarinho apesar de apelativa, ficava depois muito limitada com as opções de regresso, pois nestas condições era proibitivo tentar uma descida para o Rio Laço).

Saindo da Amarela a Norte, o caminho leva-nos a descer uma pequena corga para se juntar mais à frente a um trilho que nos levará ao Estreito. Toda a progressão é feita tendo por base a orientação por mariolas e um conhecimento prévio do trajecto. Se a situação meteorológica fosse distinta (para pior), a opção ideal teria sido voltar para o Curral de Bicos Altos. Nas condições que se proporcionavam no momento e perante a sua permanência pelo tempo suficiente para chegar ao Estreito, resolvi enveredar por aquele «curto» trajecto. Nas condições do terreno, a chegada e aproximação ao Estreito foi feita com o maior cuidado possível. Ali, o percurso segue por grande lages graníticas, já no topo do Vale do Rio Laço, que então estavam cobertas de neve e batidas pelo vento, isto é, com as condições ideais para a formação de gelo. Tirando proveito da observação que se ia fazendo passo a passo, e aproveitando em algumas zonas o pequenos cursos de água corrente, a passagem foi feita sem problemas.

A chegada ao Estreito permite-nos ver uma parte da Serra do Gerês que até aqui estava «escondida» e ao mesmo tempo permitiu-me ter a noção de como a meteorologia iria mudar. Aqui a acumulação de neve não permite ter o caminhar «normal» o que por si só é um elemento que em muitos casos leva à exaustão devido a um esforço físico extra. Por outro lado, começaria a nevar dentro de momentos com maior intensidade e com a neve a ser batida por um vento na nossa direcção, o que nos obriga (sem a protecção ideal) a caminhar a «olhar para o chão». A evolução no terreno vai-se fazendo de forma rápida e em pouco tempo dava-se a chegada ao Curral de Vidoeirinho. Atravessando o pequeno ribeiro, o caminho prossegue afundado na neve em direcção à Rocalva, onde se chega numa paisagem de um filme a preto-e-branco. Nesta altura as nuvens haviam descido e não se consegue ter a percepção do topo da Meda de Rocalva e mesmo a Roca Negra é uma sombra por detrás de um véu que se vai tornando por vezes mais espesso.

Após uma curta paragem na Rocalva estava na hora de iniciar o regresso ao ponto de partida. Mais uma vez colocava-se a escolha sobre o trajecto a seguir. O caminho mais curto seria enveredar pelo Curral do Canto e percorrer a vertente o vale em direcção à Arrocela e daí descer para a Malhadoura. Outras opções poderiam passar pelo regresso ao Estreito e passagem por Pradolã, descendo depois a Pousada e Pinhô; ou então atingir o Camalhão e Teixeira, mas isso implicava uma complicada subida para as vertentes do Borrageiro ou uma passagem para o Conho ou Lomba de Pau, cenário este que se afigurava o mais complicado de todos perante o piorar das condições meteorológicas e das condições do terreno. Optei então por descer até ao Cando e daqui seguir para Arrocela. Mais uma vez a presença de gelo poderia dificultar algumas passagens, mas a gestão seria feita a cada passo.

De toda esta parte do percurso, a descida para o Cando afigurou-se a mais parte mais complicada devido à acumulação de neve em alguns locais. O cenário que se colocava à minha frente era imenso ao ver todo aquele anfiteatro natural coberto de neve. O topo da Roca Negra manteve-se sempre mergulhado no denso nevoeiro e toda a sua imensidão granítica por vezes desaparecia encoberta pela cortina cinzenta que baixava dos céus. Todo aquele quadro tornava-se mais mítico quando a neve ia caindo de forma por vezes suave, por vezes arrebatada pelo vento.

O percurso pelo vale acabou por ser mais fácil do que previa, bem como a passagem pelo colo granítico para o Vale de Giesteira por onde acabaria por descer a partir do Curral da Arrocela para chegar ao Curral de Giesteira. Daqui, a chegada à Malhadoura foi feita subindo o recém reaberto carreiro até à velha estrada florestal, terminando assim esta jornada.

As Minas dos Carris serão o próximo tema das 'Conversas com História' no Ecomuseu


No dia 7 de Fevereiro estarei presente em Montalegre para falar do livro Minas dos Carris - Histórias mineiras na Serra do Gerês nas Conversas com História que terão lugar no Ecomuseu de Barroso.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Paisagens da Peneda-Gerês (XIV) - Corga da Abelheira


A subida da Corga da Abelheira na Serra do Gerês entre Xertelo e Sirvozelo, é o início perfeito de uma jornada serrana que nos vai levar para paisagens únicas no nosso parque nacional. A subida deve ser feita de forma calma para nos irmos imbuindo de todo o ambiente que aos poucos nos rodeia e acima de tudo para nos prepararmos para a épica paisagem que nos vai saudar no final da subida.

Pelo caminho vale sempre a pena olhar para trás de quando em vez e com um pouco de sorte sermos brindados com uma paisagem de um vale coberto pelo nevoeiro matinal que aos poucos se dissipará para nos alargar os horizontes.

Esta fotografia foi obtida a 16 de Janeiro de 2013.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O livro 'Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês' será também apresentado em Braga


O livro 'Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês' será também apresentado em Braga no dia 15 de Março, pelas 17:00, numa sessão que irá decorrer na Livraria Centésima Página.

Marquem nas vossas agendas!

Outras apresentações:

7 Fevereiro - Ecomuseu de Barroso, Montalegre

? Fevereiro - Museu de História Natural, Lisboa

15 Março - Livraria Centésima Página, Braga

? Abril - Caldas do Gerês

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Continuamos à espera...


Tornava-se caricato se a situação não fosse demasiado triste, sendo esta a maior demonstração da forma com os interesses escondidos (mas com rabo de fora!) operam em desfavor dos cidadãos deste país.

Há meses que se aguarda a publicação da nova portaria que irá alterar a infame Portaria 138-A/2010, de 4 de Março, com a qual o ICNF tentou roubar os portugueses quando estes, de forma consciente, pretendiam obter autorizações, quando necessárias, para a realização de actividades de visitação dentro das áreas protegidas do nosso país. No entanto, e apesar do alarido que em tempos se levantou sobre o assunto, esta verdadeira vergonha continua...

Muitos foram os elementos pertencentes à máquina burocrática do ICNF que tentaram manter a forma como a portaria era interpretada quando desde o princípio era mais do que óbvio o que estava escrito 'preto no branco'. O resultado é o que se vê, o processo arrasta-se ao longo de anos continuando a leitura errada da portaria tal como foi devidamente apontada pelo Provedor de Justiça. Como é óbvio neste rectângulo miserável à beira mar plantado, nada acontece a esses funcionários que lesaram os cidadãos, porque seria seu dever defender os interesses dos cidadãos.

Também não se compreende a demora na publicação da nova portaria sabendo que esta está pronta faz já muitos meses. Se bem que, da forma como os governantes nos habituaram com a sua governação de mentiras e engodos, não seja de admirar tal atraso.


Fotografia: © Rui C. Barbosa

domingo, 26 de janeiro de 2014

O livro 'Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês' e o Parque Nacional da Peneda-Gerês


Tive a oportunidade de visitar o renovado sítio da Internet sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês e não pude mais uma vez de deixar de constatar a estranha relação de amor / ódio entre esta paisagem protegida e parte da história deste território.

Esta de facto só pode ser classificada como uma relação de amor / ódio, por um lado, porque por outro a atitude que o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) continua a ter perante as Minas dos Carris só pode ser classificada como um acto de censura ou no seu extremo um acto fascizante no qual se esconde um património valioso ao nível da Arqueologia Industrial sempre negado desde a sua génese em 1971. As razões pelas quais isto vai acontecendo só podem estar relacionadas com a forma enviesada como a protecção ambiental foi pensada em Portugal.

Em todo o texto sobre o PNPG que está disponível de forma oficial na Internet, não existe uma única referência à actividade mineira em todo o território do parque nacional, território este que não esconde as cicatrizes deixada por aquela actividade não só nas Minas dos Carris, como na Mina do Borrageiro, na Mina do Castanheiro, na Mina de Cidadelhe e concessão do Cabeço da Cova da Porca, ou na Mina de Lomba-Cadeiró.

É incompreensível que de forma deliberada o PNPG queira excluir do seu território esta componente histórica importante a todos os níveis para a caracterização etnográfica e sócio-cultural da Serra do Gerês no Século XX. Em comparação, o Parque Nacional dos Picos de Europa, Astúrias - Espanha, dedica um largo espaço na sua principal sala de exposições à actividade mineira realizada no seu território no qual são exibidos diversos artigos, equipamentos, fotografias e documentos mineiros, utilizando assim este factor como um elemento de educação ambiental para os seus visitantes.

Neste contexto, a edição do livro 'Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês' vem preencher uma grande lacuna que já deveria ter sido ocupada pelo PNPG há 30 anos e que durante este período pouco ou nada fez para preservar um elemento da nossa memória colectiva.

Fotografias: © Rui C. Barbosa

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Paisagens da Peneda-Gerês (XIII) - Mamoa do Batateiro


A mamoa do Batateiro é um monumento megalítico de razoáveis dimensões que apesar de afastada no Planalto de Castro Laboreiro, nos convida a uma visita àquele lugar nos limites do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

A fotografia foi obtida a 6 de Março de 2010.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Trilhos seculares - De Leonte ao Camalhão


Foi uma Serra do Gerês coberta com uma neblina cerrada e uma chuva miudinha persistente durante largos minutos, aquela que hoje encontrei numa curta passeata matinal. Para lá do Vidoal o limite da neve era bem visível e esta ia-se acumulando à medida que se ia ganhando altitude.

Se a chegada à Preza foi relativamente fácil apesar da invernia, a investida até à Chã da Fonte já requereu a perícia do equilíbrio de caminhar na neve e desviar do gelo que se vai formando por estes dias. Na Chã da Fonte a espessura da neve era já substancial o que por si só era indicativo da dificuldade que se poderia encontrar ao atravessar as corgas em direcção à Lomba de Pau. Com um cenário a tornar-se cada vez mais escuro e o vento que se ia tornando insistente, decidiu-se então baixar para o Camalhão e ali procurar abrigo no recém recuperado abrigo.

Com a meteorologia a prometer céus cinzentos para a tarde e a perspectiva da chuva a manter-se, rumou-se então para a Preza passando pelo Curral do Junco e depois baixar para o abrigo do Vidoal.

Com cenários tão cinzentos, fica o encanto das fotografias possíveis...
 Chã da Fonte
 Camalhão
 Preza
 Vidoal

Fotografias: © Rui C. Barbosa

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Paisagens da Peneda-Gerês (XII) - Para lá da Carvalha das Éguas


A imagem com a ausência da cor no pinhal para lá do Curral da Carvalha das Éguas, fotografado a 22 de Janeiro de 2013.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Neve nas serranias do Parque Nacional


Foram muitos que no dia 19 de Janeiro de 2014 acorreram ao Parque Nacional para verem a neve que segundo a meteorologia poderia cair nos 800 metros de altitude. O manto branco cobria o topo da Serra Amarela e da Serra do Gerês, mas a perspectiva de ter neve aos 800 metros saiu gorada para muitos.

Há que pôr pernas ao caminho e deixar os carros lá longe...




Fotografias: © Rui C. Barbosa

Minas dos Carris


Ainda algumas fotografias da minha mais recente incursão às Minas dos Carris a 18 de Janeiro de 2014.



Fotografias: © Rui C. Barbosa

domingo, 19 de janeiro de 2014

206... Mundos de neve e gelo


Minas dos Carris, 18 de Janeiro de 2014

A minha primeira visita às Minas dos Carris em 2014 foi brindada com uma subida difícil por entre a neve a partir dos 1100 metros. A dificuldade de caminhar nestas circunstâncias residiu na necessidade de ir abrindo caminho à medida que a progressão ia sendo feita.

Neste tipo de caminhada é necessário acima de tudo, fazer-se uma gestão do risco à medida que se vai dando cada passo. Por muitas vezes que percorra os trilhos de montanha e por bem que conheça as paisagens geresianas, estas alteram-se a cada momento e mesmo num caminho que não nos proporciona muitas alternativas, é necessário saber quando surge a altura de voltar para trás.

Já havia percorrido este caminho em situações semelhantes e mesmo mais complicadas onde a caminhada de 2h30 se transformou num verdadeiro calvário de sete horas de ascensão. Neste dia não foi o caso e o percurso foi finalizado com algum esforço e a recompensa de ter uma paisagem virgem só para mim.

Ao contrário do que seria de esperar não encontrei muita gente durante o dia, mas foi com agrado que a certa altura encontrei rostos conhecidos na paixão pela montanha e pela Serra do Gerês.

Ficam, sem mais palavras, algumas fotografias do dia tendo em conta que cada uma delas vale mil palavras...


















































































































Fotografias: © Rui C. Barbosa