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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Parque Nacional da Peneda-Gerês é candidato à eleição das Sete Maravilhas da Natureza

O Parque Nacional da Peneda-Gerês, que ocupa uma área de 70290 hectares, estende-se pelos concelhos de Arcos de Valdevez, Montalegre, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Melgaço. Criado em 1971, o PNPG, que é o único parque nacional português, integra 114 aldeamentos, onde residem cerca de 10 mil pessoas, que se dedicam na maioria à agricultura, pastorícia e pecuária.

Para votar: http://www.new7wonders.com/nature/en/index/

5 comentários:

  1. Não sei se é boa notícia.
    Por um lado agrada-me que o PNPG seja reconhecido internacionalmente. Mas, por outro lado, acho que as restrições ao mesmo VÃO AUMENTAR.

    Quem está à frente do PNPG alterou o conceito Homem-Natureza. Querem EXCLUIR o Homem (que sempre fez parte na "construção", ordenamento) do PNPG. um ERRO, a médio-longo prazo.

    Não gosto de ver um local (mt) bonito transformado em "museu".

    Enfim!

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  2. Eu acho que mais cedo ou mais tarde nos vamos ter de habituar ao facto de que um dia talvez algumas zonas do PNPG venham mesmo a ser totalmente interditas à presença humana. Isto pode acontecer com o advento dos pan-parques, pois algumas das zonas do parque serão as únicas na Península Ibérica capazes de cumprir os requisitos impostos para os pan-parques.

    Confesso que não estou muito por dentro da definição de um pan-parque e por isso o que estou a dizer pode não ser totalmente verdade, mas parece-me que num espaço de 10 anos as coisas podem mudar de forma muito radical e que talvez estas mudanças não venham a ser do agrado de todos.

    Infelizmente temos o grande defeito de somente aprendermos quando são tomadas medidas extremas.

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  3. O seguinte texto é retirado de uma notícia emitida pelo ICNB a 21 de Novembro de 2007:

    A adesão do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) à rede PAN Parks permite que esta Área Protegida se insira numa rede de excelência, onde apenas constam os melhores Parques da Europa, sendo o único Parque Nacional da Península Ibérica a integrar esta rede.

    Com a certificação PAN Parks é de esperar um incremento substancial do afluxo de turistas estrangeiros (nomeadamente do norte da Europa), pois irá permitir integrar o PNPG no roteiro dos grandes operadores turísticos especializados em turismo de natureza. Resulta, ainda, outro aspecto verdadeiramente importante que é a possibilidade de consolidar a estratégia deste Parque Nacional de se manter uma zona de Ambiente Natural sem qualquer intervenção humana, a qual poderá ser um verdadeiro banco de ensaio para se testar a sucessão ecológica, implementando o conceito de wilderness em Portugal. Acresce que a certificação PAN Parks é também uma certificação da gestão da área protegida. Como tal, pretende-se estabelecer uma bitola que idealmente se poderá estender a toda a Rede Nacional de Áreas Protegidas, servindo de benchmarking para a gestão que o ICNB leva a cabo nessa rede.


    PAN Parks

    O sistema de certificação PAN Parks é uma iniciativa levada a cabo pela Fundação PAN Parks e visa a criação de uma rede das melhores áreas naturais da Europa.

    O PAN Parks defende que a combinação da conservação da natureza e do desenvolvimento económico através da promoção do turismo sustentável propicia uma metodologia de promoção das melhores práticas na gestão das áreas protegidas.

    As áreas protegidas candidatas à certificação PAN Parks são sujeitas a um rigoroso processo de auditoria independente, onde são considerados vários critérios, tais como a qualidade do ambiente e dos valores naturais, a gestão da conservação da natureza e da biodiversidade, a gestão dos visitantes e o desenvolvimento do turismo sustentável.

    Entre os requisitos de adesão das áreas protegidas à certificação PAN Parks destacam-se:

    - Possuir uma extensa área, não inferior a 20.000 ha;

    - Integrar uma wilderness zone (zona sem intervenção humana) com uma área mínima de 10.000 ha;

    - Desenvolver uma política de gestão da visitação (plano de gestão de visitantes); e

    - Programar, implementar e monitorizar uma estratégia de desenvolvimento do turismo sustentável, de forma participada.

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  4. Eu suponho que a certificação Pan Parks só seria possível com uma candidatura comum do PNPG e do parque espanhol e mesmo assim para arranjar 10.000 ha sem intervenção humana ...
    O problema é que em Portugal olha-se para natureza numa perspectiva demasiadamente conservacionista. Andam uns pdfs na net de relatórios feitos para o ICN feitos por entidades externas (ISCTE e uma consultora) que são uma leitura interessante. A visitação é fundamental na gestão das áreas naturais e esta certificação também reconhece isso: < i >"são considerados vários critérios, tais como a qualidade do ambiente e dos valores naturais, a gestão da conservação da natureza e da biodiversidade, a gestão dos visitantes e o desenvolvimento do turismo sustentável" < /i >
    Para mim maior falha do PNPG é não ter conseguido ser o agente de desenvolvimento de que as populações necessitavam. E não o foi, assim como não o é, porque não lhe foram dados meios para tal. O PNPG precisava de deixar de ser apenas o fiscal. Quem já falou com técnicos da sede do parque e com as populações percebe como estão afastadas. Em vez de fugas para a frente, o que era preciso era dar meios ao PNPG de ser o motor de desenvolvimento.

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