E de novo nos aproximamos da verdadeira «silly season» no Parque Nacional. Os sinais estão todos aí...
Começam as quedas nas cascatas, vêem-se os carros mal estacionados na Mata de Albergaria, escutam-se as colunas em alto som, os turistas usam chinelos a subir fraguedos e não respeitam as interdições do Parque Nacional, o calor aperta e os corpos despem-se, vem-se à praia na montanha, tapam-se os buracos na Estrada da Geira porque fica mal cobrar para atravessar uma estrada esburacada, remendam-se outros buracos porque chegaram os ciclistas e trazem muito dinheiro para o concelho (quem cá vive pode aguentar os buracos o resto do ano!), desrespeita-se a propriedade privada e os residentes, não se cumprem interdições da Protecção Civil, etc., etc., etc.
Sim, o cansaço vai fazendo mossa, até porque é sempre a mesma história todos os anos e todos os anos se fala do (quase) mesmo, no entanto, estar calado é o pior que se pode fazer neste canto deste país visitado por gente ingrata com o que tem e não sabe respeitar o que é seu e dos outros.
Temos um património natural único, mas que todos os anos é vilipendiado e mal tratado. E por quê? Por que é que isto acontece neste canto contente com festinhas e animações de veraneio durante dois meses? Obviamente porque se desleixa por completo o resto do ano, desleixa-se com remendos que nada resolvem e para os quais a sazonalidade - que nunca (NUNCA!) se quer combater - serve os interesses pessoais de muita gente.
Poderíamos ter uma área protegida com características de visita únicas, mas isso não interessa, porque educar e aprender dá muito trabalho! O conhecimento dá trabalho! E trabalhar de forma útil, dá trabalho.
Imagem: "O Grito", Edvard Munch
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