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quarta-feira, 28 de maio de 2025

A estupidez do "Pico dos Carris" no OSM

 


É já longo, demasiado longo, o historial de alteração de topónimos que se tem assistido na Serra do Gerês e nas outras serranias que constituem o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

A mais recente, que pelo menos me tenha chamado a atenção, é o aparecimento no OSM (OpenStreetMap) de um topónimo "Pico dos Carris". Esta estupidez segue na alteração de localização do Salto do Lobo (O Salto do Lobo e a Corga de Lamalonga nos mapas OSM) e a alteração / substituição de topónimos da Fecha de Barjas (Cascata de Várzeas), Cascata Cela Cavalos, Penameda, Sistelo (fora do PNPG), etc.

Podendo parecer de pouca importância, estas alterações levam à perda de um património imaterial que deveria ser preservado e que ajuda a contar a História dos lugares. Infelizmente, temos mesmo algum jornalismo e habitantes que ajudam «à festa», perdendo-se assim a oportunidade de conservar estes topónimos.

Ora, o caso em questão que vem a acontecer no OSM, faz-me recordar uma situação que se verificava há alguns anos no Wikiloc onde muitos acabavam por criar percursos em gps só para se mostrarem grandes criadores de conteúdos naquela plataforma e ficarem reconhecidos como grandes caminhantes / pedestrianistas com inúmeras contribuições. Na verdade, muitos desses percursos eram criados no Google Earth e levaram a muitas situações desagradáveis para quem os utilizavam.

Nos nossos dias parece que temos grandes contribuidores para o OSM que acabam por adicionar percursos e até características que não existem na realidade. Imaginem procurarem no meio da montanha por um "abrigo de montanha" imaginando que vão encontrar um refúgio com tudo o que necessitam e acabam por se deparar com um forno pastoril! Este é o perigo de se designar o que não existe.

No caso do "Pico dos Carris", um topónimo que não existe e nunca existiu, acaba-se por alterar um topónimo designado por "Penedo da Saudade" e que me foi referido há muitos anos por várias pessoas que trabalharam no complexo mineiro ou que visitavam a Serra do Gerês nos dias em que o termo «selvagem» fazia sentido.

Por outro lado, cria-se a confusão com o topónimo "Carris" que denomina o local onde se encontra o marco geodésico a 1.508 metros de altitude próximo do complexo mineiro que baptizou.

Já agora, alguém que trabalhou nas Minas dos Carris nos anos 70 chegou-me a referir o nome de "Penedo do Corno", imaginem por quê?

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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