EDIÇÃO ESGOTADA
Perdidas na imensidão granítica da Serra do Gerês, as Minas dos Carris representam um património de memórias esquecidas pelo Homem.
Reduzido a um belo conjunto de ruínas que têm como companhia
a solidão da montanha e os gelos do Inverno, este já foi um lugar de vida de
onde se tirava o volfrâmio das entranhas da Terra.
Para lá destas ruínas jazem lutas pela posse da terra,
histórias de mineiros, vivências de um dia a dia de sacrifício e imposições que
levaram a uma singularidade deste lugar em todo o Portugal.
Infelizmente esta era uma história por escrever e foi esse o
desafio que há já vários anos lancei a mim próprio. Aos poucos fui conseguindo
juntar as peças de um puzzle e limpando a poeira de um quadro que cada vez se
tornava mais fascinante.
A região é áspera e dura, assim como era a vida daqueles que
durante muitos anos lutaram por tirar da terra o parco sustento ou a fugaz
fortuna para quem nada tinha e que do dia para a noite conheceu a riqueza no
alto de um apogeu endinheirado, mas pronto para o mergulho de volta na mais vil
miséria.
Nos nossos dias, as Minas dos Carris encontram-se em pleno
Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma área protegida que para além de
salvaguardar as riquezas naturais de uma região poderia ter feito mais pela
riqueza de um património que se perde a cada dia que passa.
Desde a sua criação em meados dos anos 40 com a presença da
Alemanha Nazi, passando pelo seu ponto alto nos 50 com a formação de um
complexo mineiro socialmente avançado, passando pelo seu declínio e ressurgimento
nos anos 70, até ao seu fecho irrevogável em finais dessa década, o livro
‘Minas dos Carris – Histórias Mineiras na Serra do Gerês’ constituí um esforço
individual de investigação de mais de sete anos por entre arquivos, milhares de
quilómetros percorridos a pé, contactos pessoais e ligações além mar que me
permitiram reunir um vasto espólio de memórias escritas e milhares de
fotografias que retratam todas as épocas das Minas dos Carris. Todas elas
encontram-se agora neste livro.
Este emocionante trabalho individual pretendeu acima de tudo ir explorando a cada nova descoberta a história daqueles que do nada transformaram a desolação granítica da Serra do Gerês num local de vida, mas também fazer ver com essa história o quanto temos de preservar na nossa memória colectiva.
O autor agradece às seguintes pessoas a participação na campanha de crowdfunding que permitiu a edição deste livro
José Carlos Callixto
João M. Gil
João Oom Martins
Armando Araújo
J. M. Vilela
José Macedo
Carlos Florindo
Carlos M. Silva
Rui França
Carlos Evaristo
João V. Cruz
Jorge Louro
Filipe Sá
José Miguel Leal Silva
Daniel Oliveira
André Ferreira de Castro
Miguel Caridade
AnselmoCardal
Bruno Garcia
António Candeias
Bento Ferreira
Fernando Pereira
TiagoRedondo
Diogo Cabrita
Alberto Coelho
Manuel Pizarro
Jorge Meireles
José Diogo Quintela
José Carlos Pires
Rebelo
Ana Paula Fundo Pereira
José Messias
Francisco Gonçalves
Xavier
Ilda Borges
Vítor Hugo Feio e Denisa Ferreira
Luís Freitas
Cristina Costa Marquês
José Miguel Ferreira
Abílio Vilela
João Fontes
Philippe Ferreira
Mario Orosa
Ana Cristina Oliveira
Jorge Mota
Rui A. Machado
K. Biernacki
Elisa Araújo
Fernando Pontes
Vera C. Gomes
José H. Carvalho
Carlos Araújo
Daniela Gonçalves
Jorge Maio Costa
Pedro Freitas
Eduardo César Ferreira
Vítor Cunha
Ana Antão
António Moura
João Capela
Jacques Yves Desescaut
José Rodrigues de Sousa
José Jorge Félix
José e Madalena Carvalho
Pedro Sá Menezes
Silvério Torres
Tiago Martins Gama
Rui Silva
Arlindo Fernandes
Sandra Rodrigues
João Duarte
Henrique Pinheiro
Emília Oliveira
António Cunha
José Carlos Araújo
Manuel Antunes Gonçalves
Carlos Encarnação Cunha
Carlos Nuno Ferreira da
E. Cunha
Alexandre Leão
Tiago Lopes
Jorge Vieira
Lucinda Barros de Sousa
Joel Gomes
Luís Silva
Simão Cortez
José Carlos Silva Machado
Susana Varela
Filipa Pedroso
Ana Amorim
Alexandre Matos
H. Vieira Cura
Bruno Vilela
Pedro Miguel Pinto
Marques
Rui Santos
João Dias
Tiago Teófilo
Diogo Oliveira
Alexandre Lima
Pedro Balaia
Carla Pereira
Boa noite , estive a ver o que está na net ...e solicitou a quem tivesse fotos ou outras informações das minas dos Carris ...tenho muitas pois o meu avô foi o dono delas de 1947 a 1953 ..........
ResponderEliminarPaulo Gaspar 91 9447550
Muitos parabéns. Excelente trabalho!
ResponderEliminarPensei que tivesse fotos, mais artigos ...Tem apenas isto? Que pena...
ResponderEliminarAh! Errei no comentário anterior! Tem muito mais coisas! Óptimo! Vou " passear" por este blogue. Dá-me vontade de lá ir! ☺
ResponderEliminarParabéns Rui pelo excelente trabalho! Att. Francisco J Rios (Brasil)
ResponderEliminarExcelente trabalho de coleta, organização, exposição e redição de registos perdidos no tempo. Embora concorde com a posição de defesa e preservação da natureza envolvente por parte do PNPG, a qual acho totalmente certa, concordo também que haja uma forma de preservação da memória coletiva desta obra humana envolta em contornos de uma ambição vendida ao pior da humanidade-a guerra. Como um exemplo do que não deve existir num templo da natureza como a zona dos Carris. Talvez a sua obra já tenha feito jus ao spot de lembrança, talvez ainda não estejamos preparados culturalmente para "digerir" um assunto controverso como este.
ResponderEliminarA impressão que colho de quem lá quer ir é a de que os Carris são uma espécie de "k2" em forma de trilho do Gerês pois quando na descida vi quem quisesse subir às 16:30 em março.
Há aqui um fascínio que parecendo inicialmente ligado ao montanhismo e ao trilho, parece ligar-se por sugestão ao mistério da história das minas.