Conhecidos os resultados claros da Consulta Pública ao PDA do Parque Eólico de Arcos de Valdevez – onde 96% das mais de 125 participações se manifestaram contra – e dos pareceres negativos da Câmara e Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez, a empresa informa que não desistirá, ainda, do Projecto, o qual, como já lhe foi comunicado, não cumpre os Planos Diretores Municipais de Arcos de Valdevez nem de Monção, e pretende instalar-se junto ao Parque Nacional Peneda-Gerês, em plena Reserva Mundial da Biosfera declarada pela UNESCO, em áreas da Rede Natura 2000 e da Reserva Ecológica Nacional. Algumas torres seriam construídas em zonas especiais de conservação e proteção - ZEC e ZPE - uma das quais a menos de 200m da nascente do rio Vez, cercando por completo a freguesia de Sistelo, a única no país classificada como Monumento Nacional na categoria de Paisagem Cultural.
A acrescentar, o projeto prevê uma nova Linha de Muito Alta Tensão, atravessando vários concelhos da região, agravando ainda mais os impactos negativos.
Apesar de todas estas circunstâncias e da oposição inequívoca da população e entidades locais, a empresa promotora, Madoqua, recusa-se a reconhecer a inviabilidade e inadequação deste projeto num território de elevado valor natural e cultural, refúgio de espécies emblemáticas como a águia-real e o lobo-ibérico.
Os movimentos cívicos e associações que lideram esta luta reiteram: só o indeferimento total do projeto porá termo à mobilização cívica. A Petição Pública contra este projecto já ultrapassou os 5 mil subscritores.
Texto de Fernando Cerqueira Barros (Movimento Cívico em Defesa da Serra da Peneda e do Soajo, Membro da Comissão de Co-Gestão do PNPG (representante das ONGA)
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