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sábado, 24 de agosto de 2024

Serra da Peneda - A primeira etapa da Grande Rota 50 e o Vale do Rio Laboreiro

 


Aproveitando (finalmente) um dia mais fresco e que nos brindou com alguma chuva, rumou-se à Serra da Peneda para se percorrer a primeira etapa da GR50 Grande Rota da Peneda-Gerês, levando-nos desde a Ameijoeira até Castro Laboreiro. O regresso foi encetado através de um pijaminha de carreiros ao longo do Vale do Rio Laboreiro.

A parte inicial do texto é baseado na descrição da Etapa 1 da GR50.

A caminhada foi iniciada junto da fronteira da Ameijoeira, seguindo inicialmente por estrada, na direção da aldeia, e virando no primeiro entroncamento, à esquerda, na direção da Inverneira de Pontes. Depois de passar o rio Castro Laboreiro, a rota continua por estrada até ao lugar de Pontes, uma das várias Inverneiras que existem ao longo do vale do Laboreiro.





As Inverneiras são pequenos aglomerados de residência temporária, utilizados nos meses mais frios do ano. Localizam-se nas zonas mais abrigadas dos vales, por oposição às Brandas, situadas nas zonas mais altas, nas franjas do planalto de Castro Laboreiro, onde as pessoas vivem durante os meses mais quentes. Hoje já poucas famílias mantêm a deslocação da branda para a inverneira. Noutros tempos, nenhuma família passava o Natal em cima (na branda) ou a Páscoa em baixo (na inverneira). As deslocações eram rigorosamente efetuadas em função das duas datas mais importantes do calendário litúrgico.

Deixando Pontes, a rota segue na direção Norte, pelo antigo caminho que a população e animais utilizavam para efectuarem a migração das Brandas para as Inverneiras. Cerca de 250 metros, depois da aldeia, encontram-se o cruzeiro e antigo aqueduto de Pontes, construído pelos habitantes em meados do século XX.





Continuando rumo a Norte e acompanhando o rio, quase numa linha paralela perfeita, atinge-se o velho caminho que ali atravessa a ponte romana da Cava da Velha (ponte de estrutura Romana adaptada na época medieval) e que segue do lado da margem esquerda do rio. Esta será provavelmente uma das mais belas pontes construídas nestes vales do Laboreiro.

Seguindo na direção da Inverneira da Assureira, uma das maiores do vale, fez-se um curto desvio para passar pelo moinho e ponte da Assuereira. Após esta inverneira, segue-se para a Inverneira de Podre, e daqui para as inverneiras de Ponte do Barreiro e do Barreiro.




A partir daqui o caminho acompanha o carvalhal do Barreiro, subindo à linha de cumeada, onde chega a atingir os 1.000 metros de altitude. Nestas cotas mais altas obtém-se uma vista privilegiada do vale e montes do Laboreiro e também da aldeia de Castro Laboreiro (Vila). Em frente, na vertente oposta (direção Este) é possível identificar a ruína do Castelo de Castro Laboreiro, perfeitamente integrada na paisagem. Infelizmente, neste dia, as nuvens baixas e o nevoeiro não nos permitiram apreciar esta paisagem.

Por fim, o traçado da primeira etapa da GR50 levou-nos ao lugar da Vila, Castro Laboreiro, aproveitando para um curto descanso.




A ideia inicial do dia seria prosseguir até à Sra. da Peneda, cumprindo as Etapas 2 e 3 da GR50, mas com o tempo fechado e a visibilidade baixa, decidiu-se regressar ao ponto de partida através do Vale do Laboreiro.

«Recentemente» foram melhorados os percursos que decorrem ao longo e pelo vale, permitindo assim uma emersão única na paisagem e no ambiente do vale. Estes traçados deverão ser percorridos com cuidado, principalmente em dias húmidos ou chuvosos devido à natureza de algumas passagens que se podem tornar mais escorregadias e em certos pontos o caudal do rio pode dificultar a progressão.

O caminho até perto da Ponte da Cava da Velha segue o traçado do Trilho do Rio Laboreiro. Este é um percurso de Pequena Rota que decorre ao longo das margens do Rio Laboreiro "...que nasce no planalto castrejo, na vertente oeste da Serra do Laboreiro, junto à fronteira galega, atravessando todo o território. Ao infletir para sul, marca os limites entre as serras da Peneda e do Laboreiro. No seu troço final, de cerca de 14 km, marca a fronteira entre Portugal e Espanha e desagua no Rio Lima."

Abandonando o traçado do Trilho do Rio Laboreiro, entramos no traçado do Trilho Castrejo até perto da Ponte da Cava da Velha, mas tomando um carreiro à esquerda que nos levará à inverneira de Bago de Cima e depois Bago de Baixo, passando ainda pela Poça do Contador antes de atingirmos a Ameijoeira e assim terminando esta jornada.



























Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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