Longe vão as fogueiras e as eiras
Secos os ribeiros que trazem a vida
aos ásperos horizontes de memória,
aos serões ao borralho quando a noite não finda.
Já não se ouvem canções no vento
Já não repicam badalos no monte
neste eterno outono de esquecimento,
de histórias esquecidas que não há quem conte.
Por isso digo e repito!
Revoltando-se a terra que me corre nas veias!
Longe vão as fogueiras e as eiras
Ardendo com elas as raízes.
Ao lume... a alma de um povo.
Ao lume, é por ti que ardo.
Ao lume, é por ti que morro.
Texto de Hugo Araújo
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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