Ontem ao final da tarde foi escutado um helicóptero a sobrevoar a Serra do Gerês sobre as Caldas do Gerês. Quando isto acontece, surgem logo dois motivos principais: ou resgate, ou incêndio florestal. Uma visita ao sítio do Protecção Civil, tirou a dúvida inicial e de facto tratava-se de um incêndio localizado na freguesia de Vilar da Veiga. Os pormenores viriam mais tarde.
Ao me deslocar do Campo do Gerês para as Caldas do Gerês não via qualquer indicação de um grande incêndio e tirando aqueles minutos, o helicóptero retirou-se do «cenário das operações». Mais tarde viria a saber o que tinha, em parte ocorrido.
O que inicialmente me disseram foi que a cabana dos pastores que existe no Prado de Teixeira havia sido consumida pelas chamas de um incêndio ali ocorrido.
Ora, o que estas fotografias nos mostram, é que de facto parte do abrigo pastoril ardeu em resultado de um incêndio que, supostamente, ter-se-á iniciado na zona da fogueira que fica por debaixo do alpendre. Imagino que tenha sido uma fogueira utilizada para um churrasco que tenha sido mal apagada e que em resultado do vento que se fazia sentir na altura, terá avivado as chamas resultando num fogo que danificou o abrigo.
Ignorando o facto de as fogueiras estarem proibidas nesta época do ano devido ao elevado perigo de incêndio, o que por si só indicia uma negligência grosseira por parte do autor da fogueira, este exemplo mostra-nos que todo o cuidado é pouco quando lidamos com o fogo nestes ambientes naturais. Daqui, poderia ter resultado mais uma grave catástrofe para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, tivesse o alerta sido dado mais tarde e as condições meteorológicas sido tão severas como há uns dias. Se assim fosse, possivelmente, e em resultado da negligência, o Vale de Teixeira seria agora um cenário dantescamente negro pejado de animais da vezeira mortos com o consequente prejuízo para os pastores e para quem vive da pastorícia.
Por outro lado, continua-se a usufruir sem regra de algo que pertence a quem vive no território e que ali não está para usufruto dos turistas de ocasião que não respeitam regra alguma. Faz-se uso das cabanas sem pedir autorização, entra-se em terrenos sem pedir autorização, danifica-se património natural e edificado, fazem-se churrascos colocando em perigo um património que é de todos.
O problema é, infelizmente, muito mais vasto do que estas breves linhas, mas algo mais profundo fica para outra altura.
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Pessoas completamente irresponsáveis.
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