Estes dias de um Outono atípico proporcionam a oportunidade de se fazer grandes jornadas pela Serra do Gerês numa altura onde os tons de luz quase que nos transportam para outras paragens. Mas não! Esta é mesmo a Serra do Gerês com as suas múltiplas paisagens em diferentes épocas do ano.
A luz de Outono torna as sombras em longas projecções pela paisagem que se transmuta de forma rápida com o passar das horas. Correndo apressado pelo céu, o Sol de Outono ajuda a aquecer a alma e esta espanta-se com os cenários que vai observando à medida que o dia se encurta e as sombras mais se espreiam pelas fragas.
Esta longa jornada levou-me às Minas dos Carris caminhando silenciosamente pelo Vale do Alto Homem tendo apenas por companhia o murmúrio do rio no leito do vale. De regresso, segui pelos Currais de Lamas de Homem, descendo o Quelhão à vista de Maceiras e entrando nos Cocões do Couçolinho (Coucelinho, Concelinho). Aqui, tomei o velho carreiro que me levaria às imediações das velhas ruínas da Mina de Borrageiros e depois para Cigarra e Corga das Mestras. Pelo caminho a magnífica paisagem dos currais do Couço (Couce) e dos lagos glaciários (Lagoa e Lago Marinho) tendo como fundo a Roca Alta.
Na Cigarra esperava-me o tronco seco do Pinheiro da Cigarra que - felizmente - ainda tive oportunidade de o ver com vida. Agora, vítima de um incêndio florestal, resta apenas um tronco seco e cadavérico. Resta a satisfação de ver que a paisagem em torno do velho pinheiro vão surgindo outros para relembrar o velho guerreiro da serra.
Deixando a Cigarra e a Corga das Mestras para trás, segui em direcção à Corga de Arrocela e depois à Corga de Valongo / Corga de Cambeiro, ladeando o Cabeço de Valongo. Aqui a paisagem afunda-se numa imensidão de rocha nua e ao longe os contornos de Rocalva e Roca Negra indicam o caminho a seguir. Neste dia, uma coluna de fumo elevava-se no céu azul resultado de uma queimada controlada que irá permitir que no Verão a vezeira possa alimentar os seus animais sem que estes se afundem num mar de carqueja e tojo.
Passando «abaixo» do Curral de Premoim, o caminho leva-nos ao Rendeiro e depois à Água da Pala, chegando então aos Prados da Messe. A parte final da jornada - já com o Sol a esconder-se por detrás do Pé de Cabril e a iluminar com tons de fogo o Vale do Rio Homem, a Mata de Albergaria e as vertentes dos gigantes graníticos de Corno Godinho, Pé de Medela e Carris de Maceira - foi feita passando pela Lomba de Burro, Lameira das Ruivas e Costa de Sabrosa.
Ficam algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Boa tarde, tem o track deste percurso?
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminarNão costumo gravar os percursos.
Gravou em fotografia....
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