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sábado, 28 de agosto de 2021

Trilhos seculares - Do Arado à Rocalva

 


Há já algum tempo que não visitava o Curral da Rocalva e caminhava pelas magníficas paisagens do Estreito e Pradolã à vista dos Bicos Altos. Esta caminhada serviu para matar saudades!

Saída bem cedo do Arado para evitar a feira diária dos veraneantes da praia que demandam o Parque Nacional em busca de selfies instagramáveis ou a água já pútrida do Rio Arado e urinada do Poço Azul. Seguindo a estrada florestal, passagem pela Malhadoura - com visíveis sinais de noitadas de quem não cuida - e pelo Curral dos Portos a caminho da Tribela. Aqui, segue-se em direcção à Ponte de Servas e subindo em direcção ao Curral de Pinhô, o vislumbro dos colossos que havia de visitar de perto dali a uns «instantes».

Continuando pelo caminho florestal que passa quase na base da Roca de Pinhô, entra-se num bosque que esconde um carreiro que nos leva já perto de Pousada no traçado do Trilho da Vezeira de Fafião. Pousada ficará à nossa esquerda, à medida que vamos entrando numa corga que nos vai conduzir a Pradolã. À nossa direita são já bem visíveis os altos de Bicos Altos que marcam uma paisagem de singular beleza naquelas paragens. Não há que esquecer que estamos em terras de Fafião! Continuando entre a vegetação e vencendo lajes de granito, chegamos ao Curral de Pradolã e à sua fonte que ajuda já a diminuir a sensação de um calor que se vai entranhando na pele.


O caminho vai seguir ao lado de Fontela e mais adiante atinge o magnífico Estreito, um verdadeiro espectáculo da Natureza abrindo-se para o Vale do Rio Laço (à nossa direita) - afundando-se para o Curral da Touça - e para a Corga das Cerdeira (à nossa esquerda) - afundando-se para Entre Águas. O caminho continua para o Curral de Vidoeirinho e a Meda de Rocalva surge já no horizonte próximo. Após uma curta paragem em Vidoeirinho para abastecer de água e refrescar a pele (pois a fonte em Rocalva estaria seca), continua-se o percurso passando o Penedo das Cangas e até chegar a uma das paisagens que são por excelência, verdadeiros símbolos da resiliência dos povos serranos e uma das imagens de marca do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Depois do repasto no Curral de Rocalva, era hora de encetar o regresso passando descendo pela crista inicial do Quinão (ou Quina) do Meio e depois pelo Curral do Cando, seguindo pelo magnífico carreiro que percorre a Encosta do Cando e descendo para o Curral da Arrocela. Aqui, a Fonte da Meda de Arrocela é uma das poucas que vai resistindo aos dias quentes de Verão e a sua água é sempre um alívio para as gargantas já secas e sequiosas do ar quente. Daqui, seguiu-se em direcção ao Curral de Coriscada e, ladeando o Cabeço de Giesteira e os Cabeços de João Seda, chegava-se de novo à estrada florestal que leva ao ponto de partida.





















Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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