Trilhos seculares - De Leonte ao Pé de Cabril

 

A «conquista» do farol da Serra do Gerês é uma das caminhadas que se deve fazer quando se visita o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Não aconselhável a quem tenha vertigens ou síndrome vertiginoso, o topo do Pé de Cabril oferece-nos uma magnífica perspectiva do Vale do Rio Gerês, da albufeira da Caniçada e de Vilarinho das Furnas, da Serra Amarela e das distantes Soajo e Peneda.

É um percurso curto e um trajecto que se faz sem qualquer problema numa manhã. Inicia-se na Portela de Leonte e toma-se o caminho florestal atrás da Casa Florestal de Leonte. Logo no início pode-se apreciar a peculiar homenagem a Arthur Loureiro, pintor portuense apaixonado pelas serranias do Gerês. O percurso vai percorrer umas centenas de metros até tomarmos umas mariolas que surgem à nossa esquerda e que nos fazem enveredar serra adentro. Subindo a encosta, vamos chegar a pequeno troço que caminho empedrado e atravessar um velho muro, chegando então à Portela do Confurco com a sua grande mariola e uma pequena placa que nos indica a direcção a seguir para o Pé de Cabril.

Andando mais um pouco, surge-nos a perspectiva da Serra Amarela. Estamos no topo da Quelha Direita (Quelha D'reta) e seguimos por um carreiro de pé posto que já nos aponta para os espigões que são o nosso destino. O careiro vai serpenteando encosta acima, fazendo-nos ganhar altitude aos poucos. À nossa direita vai-se desenvolvendo a Serrra Amarela à medida que a Quelha Direita se afunda para a Bouça da Mó. Em pouco tempo podemos também ir apreciando a paisagem da Serra do Gerês no seu lado Nascente, bem como o Curral de Tirolirão e o Prado Marelo.

O carreiro chega então à base dos espigões e aqui tomamos atenção para as mariolas que seguem à nossa direita encosta acima. Seguindo o caminho, vamos ter de passar por pequenos carvalhais espontâneos e a certa altura temos de gatinhar por um pequeno túnel que nos dá passagem para a parte final da subida. A certa altura estaremos entre os dois espigões do Pé de Cabril. O acesso aos seus pontos mais elevados é feito por uma pequena via ferrata que há que subir. Nesta altura, o abismo abre-se perante nós e vislumbramos os grandes espaços da Serra do Gerês, conseguindo identificar alguns dos seus píncaros mais notórios.

O regresso deverá ser feito utilizando de novo as vias ferratas, tendo sempre o cuidado de avaliar os nossos limites e os riscos que estaremos dispostos a enfrentar. 

Ficam algumas imagens do dia...

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)