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quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Caminhar na Mata de Albergaria

 


Ao contrário do que se pensa, a Mata de Albergaria não está integrada numa área de máxima protecção do Parque Nacional da Peneda-Gerês, mas não deixa de ser uma das áreas mais importantes do nosso único Parque Nacional.

A Mata de Albergaria é considerada como "...um bosque climácico dominado pelo carvalho-alvarinho, mas onde surge também o carvalho-negral bem como outras espécies características dos carvalhais galaico-portugueses que constituíam a vegetação primitiva da grande parte do noroeste português.

A sua importância é atestada pela classificação como reserva biogenética pelo Conselho da Europa em 1988. Embora existam outras manchas de carvalhal importantes no Parque Nacional da Peneda-Gerês" tais como em "Castro Laboreiro, Mata do Cabril, Beredo e rio Mau – a Mata de Albergaria distingue-se pela sua extensão e por ser única em Portugal, uma dos mais bem conservadas da Península Ibérica. Ocupa uma área de 1371,3 ha na serra do Gerês, ao longo do vale do rio Homem e dos seus tributários.

Para além da sua importância como valor natural, Albergaria tem grande beleza, produto de uma combinação quase perfeita do ambiente e cores de um carvalhal maduro, ora com os cenários únicos dos cursos de água de montanha ora com as águas calmas do rio Homem na albufeira de Vilarinho das Furnas. Completa este conjunto a via romana (Geira) que a atravessa no seu percurso entre as milhas XXXI (Bico da Geira) e XXXIV (Portela do Homem)."

Assim, caminhar na Mata de Albergaria é uma experiência para todos os sentidos e se esta for feita às primeiras horas do dia, seremos testemunhas de um mundo que desperta com o fugidio correr da corça, o grasnar dos pássaros e o leve cair das folhas das grandes árvores, à medida que vamos escutando o sussurrar do Rio Homem. A imaginação liberta-se e por entre o vislumbre de pequenas fadas e ligeiros duendes, divagamos sobre a passagem das grandes legiões de Roma ou sobre a vivência de outros tempos em remotas e recônditos bosques.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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