Felizmente, nas caminhadas que vou fazendo por esta Geresiana serra, tenho sempre em atenção a curiosidade normal de querer sempre (sempre) saber mais! Assim, acabo por estar mais atento (mesmo de forma inconsciente) a aspectos que podem passar despercebidos a quem caminha por estes carreiros seculares e transbordantes de História.
O melhor exemplo disto terá sido a minha descoberta das figuras rupestres de Absedo e, como é óbvio, a contribuição para a memória histórica das Minas dos Carris e o seu impacto na dinâmica do território nos anos da corrida ao volfrâmio.
Há umas semanas tive o prazer de descobrir restos de cerâmica romana tosca e de me intrigar com as construções de pedra solta que abundam por essas lajes graníticas em locais recônditos da Serra do Gerês. A emoção da descoberta é algo que me faz arrepiar e bater mais forte o coração. Pode ser um mero pedaço de cerâmica, um caco perdido por entre as fragas ou uma ferradura enferrujada, mas tudo isto terá a sua história, por muito insignificante que seja. Por outro lado, esteve nas mãos de alguém que viveu nestas montanhas e que foi parte delas durante a sua incógnita vida. A sua descoberta dá-me a oportunidade de tornar a sua vida mais valiosa e com significado.
A cerâmica romana foi entregue no Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas / Museu da Geira e talvez um dia tenha interesse para alguém ou então que seja um mero registo da presença romana neste território.
Mais recentemente, e na Milha XXXIII não muito longe da Ponte Feia, chamou-me a atenção um bloco granítico cilíndrico meio enterrado por entre a penedia. À primeira vista parecia ser apenas um bloco de cimento proveniente da Casa Abrigo do Académico F. Clube, mas um olhar mais atento revelou ser mesmo de granito. A sua forma cilíndrica e a proximidade dos miliários da Milha XXXIII levou, de forma já excitada, a dizer que se tratava de um pequeno marco miliário não catalogado.
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