Mais uma vez fui beber às palavras de Tude de Sousa para vos passar este magnífico texto que nos fala de túneis secretos e rios recônditos nas serranias Geresianas.
Estes relatos, lendas e mitos perdem-se nas brumas dos tempos, deixando nos nossos dias a semente para a imaginação voar por entre as penedias em busca de sinais ou características que nos ajudam a trazer à luz do dia estas histórias.
No seu livro "Gerez - Notas Etnográficas, Arqueológicas e Históricas" publicado em 1927, Tude de Sousa escreve num rodapé:
"«Junto das Caldas está um orifício subterraneo e dizem ser entrada encoberta, por onde o mouros levavão ao Rio Caldo, que fica por baixo, a beber os seus cavalos». Actualmente o rio que passa nas termas chama-se rio Gerez, ou rio de Leonte, só passando a chamar-se rio Caldo quando, abaixo do Vilar da Veiga, se junta com o rio de Freitas, que vem de S. Bento da Porta Aberta, indo juntos com aquele nome até ao Cávado.
Comparável à indicação do orifício subterrâneo das Caldas, há outro do mesmo género, a respeito da Calcedónia (...) «...a dentro desta Cidade tem hum boraco que sahi por bayxo da terra desendo para hum rio que lhe servia para buscar agua para beber escondido da gente, no qual boraco já asocedeu antigamente meterse nelle hum boy o qual sahio para fora e trouxe em sus galhos uma meada de ouro. Ha homes curiosos que quer vir pelo mesmo sitio mas não satrevem pelo aspecto muito escuro que contem em si. Este boraco vae sahir a hum rio que chamam o rio Xanoani»."
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Existe um local, nas Caldas do Gerês conhecido como buraco do mouro que à semelhança da Calcedónia é visto como lenda, mas nunca tinha ouvido que seria para levar os cavalos a beber.
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