Estes são os dias envoltos em solitário silêncio por onde habitam os sons do bosque: no ribeiro que corre ou nas ondas das águas da barragem, na brisa por entre os ramos balouçantes ou no restolhar das folhas que cobrem o chão, na passada pelo caminho ou pelo fugaz refúgio por entre as sombras da floresta... O mundo espera e tenta recompôr-se.
Num olhar ao longe a silhueta de um pequeno esquilo que percorre lesto a Geira. Pára, atento a quem lá vem e na sua pequenez sabe que não se pode denunciar. Quem lá vem também pára e prepara a máquina para recordar no futuro aquele momento fugaz e os que sabe, ou tem esperança, que venham a ocorrer dali a segundos. Naquele mundo só meu, onde o silêncio se torna ainda mais profundo, vou como que sustendo a respiração para não afugentar o pequeno castanho que agora se esconde num carvalho à beira dos passos de César. E passo a passo vou andando e tomando notas digitais daqueles magníficos momentos... onde o mundo se mostrou em pouco mais.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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