A falácia dos defensores do 'mundo rural'.
É por demais evidente que aqueles que mais se arrogam defensores do mundo rural são aqueles que mais o têm atacado. Veja-se o que passou com o fim de linhas ferroviárias no interior do país, passando pelo encerramento de diversos serviços, nomeadamente balcões dos CTT, bancos, farmácias e centros de saúde, pela expansão desregrada do olival intensivo e eucalipto, pela plastificação da Costa Vicentina, pelo fechar dos olhos a indústrias agropecuárias altamente poluentes, até à destruição dos últimos rios livres e selvagens com a construção de grandes barragens que provocam o despovoamento do interior, corroendo a coesão territorial.
De resto, a pretexto de uma suposta defesa do mundo rural mais não pretendem do que virar uma parte do país contra o outro, porventura numa tentativa desesperada de não perder o exclusivo do chavão da “defesa das tradições” enquanto justificação para perpetuar práticas anacrónicas que já não têm lugar numa sociedade evoluída como a portuguesa, como a tauromaquia, o tiro ao voo, as corridas de galgos ou práticas de caça cruéis, como a realizada à paulada ou através de lutas entre animais, com recurso a matilhas, tantas vezes constituídas por cães maltratados ou mal-nutridos.
Cresçam e evoluam...
(Texto adaptado)
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