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quarta-feira, 22 de maio de 2019

Uma critica ao texto "Road Trip por um Santuário Natural chamado Gerês"


Não sei porque ainda continuo a perder tempo ao ler, mesmo de forma parcial, este tipo de textos. Talvez seja pelo facto de estarem cheios de erros para os quais não se tem o cuidado de fazer uma revisão final do mesmo. Talvez seja pelo facto de me importar de verdade pelos locais aqui visados. Ou talvez seja pelo facto de achar que cada coisa merece o seu verdadeiro lugar e que a má informação e o descuido não devem ter lugar na divulgação do que é o Parque Nacional da Peneda-Gerês e de cada um dos seus lugares na sua singularidade.

Quando vejo um título como o do artigo em questão, sinto logo um arrepio e penso logo "lá vem mais um texto com erros e informação propositadamente errada... ou então com propósita ignorância." Com o título "Road Trip por um Santuário Natural chamado Gerês", já imaginamos o que nos espera: que todo o Parque Nacional é o Gerês, que Sistelo está dentro do Parque Nacional, que os nomes inventados devem ser divulgados (mesmo que se junte os topónimos correctos), que coloquemos dentro do Parque Nacional lugares aos quais não pertence.


Comecemos pelo princípio... "Com uma extensão total de 72 mil hectares, para conhecer o Gerês a fundo seriam necessárias semanas. Por isso, o All About Portugal fez uma seleção dos 12 pontos a não perder numa road trip de dois dias inesquecíveis por uma das mais belas regiões de Portugal. O Parque Nacional da Peneda-Gerês abrange as serras do Gerês, Peneda, Amarela e Soajo, mas é conhecido sobretudo por Gerês. A palavra basta, aliás, para quem já conhece associar imediatamente a magníficas paisagens, cascatas de cortar a respiração, aldeias perdidas no tempo, calçadas milenares e, claro, à vila termal." Não, não basta! As diversas serras que compõem o Parque Nacional são distintas por natureza e querer generalizar chamando-lhe 'Gerês' não é correcto; a Peneda não é o Gerês, Soajo não é o Gerês e a Amarela não é o Gerês! Talvez todo o Parque Nacional seja conhecido por 'Gerês' devido a este tipo de artigos que assim criam a falsa ideia de que tudo é Gerês. Não é! Aliás, quem já o conhece, e não leu este tipo de textos, sabe muito bem a diferença!

"São Bento da Porta Aberta"... falamos do Parque Nacional ou da Serra do Gerês? A inclusão deste lugar neste texto dá-nos a ideia de que está no Parque Nacional, já que logo ao princípio a autora fez questão de confundir o PN com o Gerês (ou Serra do Gerês)! Com que ficamos?

"Cascata do Tahiti – Fecha das Barjas"... Não existe essa coisa do Tahiti na Serra do Gerês, apenas a ignorância jornalística (ou aqueles que se estão borrifando para aquilo) continuam a propagar este nome. Por isto, e se fosse um jornal, era o suficiente para o rasgar!

Sobre a "Cascata do Arado" escreve-se esta maravilha "Estacione perto da ponte e suba por uma escadaria que conduz a um miradouro, onde poderá contemplar a beleza dos seus 900 metros..." Espero que se saiba que a cascata está a 900 metros de altitude e que não tem 900 metros de altura. Esse Português...

"Cascata da Portela do Homem"... não existe! O topónimo é "Cascata de S. Miguel". «Estudasses...»

"Vilarinho das Furnas"... O texto diz-nos, "...poderá ainda vislumbrar as ruínas da aldeia de Vilarinho das Furnas..." Vilarinho da Furna!



"Ponte de Misarela" Mais uma vez, a inclusão deste lugar neste texto dá-nos a ideia de que está no Parque Nacional, já que logo ao princípio a autora fez questão de confundir o PN com o Gerês (ou Serra do Gerês)! Com que ficamos?

"A Porta do Mezio é uma das cinco portas de entrada para o Gerês..." Falso! Mas como se confunde o Parque Nacional com o Gerês, vale tudo!

"Aldeia de Sistelo" Está fora do Parque Nacional e muito longe da Serra do Gerês.

Em resumo, um mar artigo sobre o Parque Nacional cheio de erros e informações falsas.

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