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terça-feira, 19 de março de 2019
Estrela fugaz
As florestas escuras dentro de mim
Reflectem as cores tépidas dos dias passados
Quando nada mais resta para além de sombras e solidão
O que resta de mim espalha-se com o capricho do vento sobre um lago de lágrimas geladas.
O céu chora em silêncio arrastando o seu longo manto cinzento.
São as Sombras que deambulam na noite
Espectros que vagueiam na penumbra do passado.
Torno-me tão escuro como um entardecer de Inverno
Quando os dias se tornam carregados de uma profunda melancolia sem fim
De alma áspera como um chão de cascalho de arestas cortantes
Folhas de Outono restolhadas ao vento envoltas em gritos mudos formando mortalhas ondulantes
Habito entre lobos chorando o sal dos dias futuros
Da mesma forma que os cometas rasgam o céu, pinto a escuridão dos meus olhos no som de profundas cavernas
É um arame que me rasga a pele com o sal do mar que me queima as feridas abertas em viva carne.
Sou um portento de nada tão valioso como um velho balde de madeira cheio de coisa alguma
Uma estrela fugaz, efemeramente esquecida.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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