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segunda-feira, 16 de abril de 2018

As casas florestais e o turismo - um receio antigo


Há já muito tempo que receava que este dia iria chegar. Se por um lado vejo aspectos positivos na recuperação das antigas casas florestais, por outro esta recuperação irá somente beneficiar os grandes grupos de turismo cujo único interesse é o lucro.

Assim, e mais uma vez, vai-se perder a hipótese de se recuperar algumas destas casas para uma função de abrigo de montanha para uma fatia do turismo de natureza que não está interessada em custos elevados no que diz respeito ao alojamento.

Tomemos o exemplo do Parque Nacional da Peneda-Gerês; dentro da sua área ou nas suas proximidades existem cerca de 50 edifícios deste tipo, e contam-se pelos dedos de uma mão os que estão recuperados ou a ser utilizados. De facto, somente um deste edifícios está a ser utilizado como casa permanente de um guarda florestal (vigilante da Natureza). (Quase) todos os outros estão abandonados e em ruína!

Em termos patrimoniais, o abandono das Casas Florestais constitui um crime perpetrado aos olhos de todos pelo Estado! Assim, é urgente que se tomem medidas para evitar esta degradação e recuperar este património, transformando-o numa mais valia para as populações locais.

Assim, e na ausência de uma atitude por parte da tutela que resolva esta situação, é um imperativo que haja uma tomada deste património por parte das populações que se devem unir e reclamar a posse destes edifícios. Devem-se constituir comissões populares que discutam entre todos o melhor destino a dar cada edifício, evitando assim a sua perda e com ele podendo retirar o proveito através do qual possam melhorar a sua vida!

A tomada popular das Casas Florestais é um imperativo, um passo na recuperação das nossas florestas e espaços rurais!

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