É difícil descrever emoções mesmo numa língua tão rica como a nossa. Da mesma forma, a fotografia que imortaliza momentos, faz-nos viajar por cenários fantásticos e de fantasia, como as Minas dos Carris, Serra do Gerês.
Debato-me neste limbo, nesta neblina que me envolve na fronteira entre a realidade e o mundo dos sonhos. Sombras que rastejam pelas paredes sombrias do quarto silencioso enquanto um ensurdecedor pensamento invade todo o ser que corre na planície perante o trono de Morfeu. Caio de joelhos, cansado e com o suor quente que me percorre a pele. O corpo dorido como no final de um esforço ao arrastar um bloco de granito por uma estrada que se perde e esvanece pelo horizonte que se havia tornado rubro de tons púrpura. E de repente, ao abrir os olhos ardentes do sal que escorria pela testa, encontro-me num velho quarto tenuemente iluminado pela luz tremeluzente filtrada nas velhas cortinas de seda que mortalham as janela em forma de antigos quadros góticos. Ao canto, como que ainda mais escondido da penumbra, jaz algo que não consigo descrever pela turvidez do sonho. Antigos livros gastos pelo tempo e amarelecidos pela memoria dos dias, completam abauladas prateleiras com o peso dos anos. Transformam-se em pó ao leve toque. Pelo canto do olho perde-se a definição do que vejo...é a parte do sonho que me está proibida.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Parabéns Rui
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