Os pequenos detalhes históricos são extremamente preciosos para termos um conhecimento da vivência dos povos serranos do Gerês.
As acessibilidades, os serviços e os «pequenos luxos» que damos por garantidos, são tudo efemeridades que de um momento para o outro podem deixar de existir e isto faz com que a sua presença nas nossas vidas seja valorizada em vez de os vermos como algo absoluto.
A vida na serra, mesmo nos nossos dias, não é fácil. No seu livro "Aldeia de Pincães" (Julho de 2009), António Fernando Guimarães faz-nos uma breve resenha histórica sobre a chegada da energia eléctrica à aldeia de Pincães (págs. 142 e 143):
"Até à década de sessenta a iluminação era feita com petróleo ou azeite. A candeia a petróleo era mais alta, estreita e com pé. A de azeite baixa, mais larga na base e sem pé. Havia também uns candeeiros de vidro e umas lanternas a petróleo. Estas lanternas eram usadas no exterior da casa, com as parte laterais em vidro. Só uma parte abria e fechava. Todos tinham um elemento comum: a torcida em pano, enrolada dentro do depósito do combustível que saía por um bico onde se desenvolvia a chama. A torcida era ajustada por um tirante com roda no exterior. E o mesmo acontecia nos candeeiros.
Em 1960 construiu-se uma central hidroeléctrica, por iniciativa e execução dos moradores. Produzia energia exclusivamente para a povoação. Com a chegada da energia fornecida pela EDP, em 1977, deixou de funcionar por falta de manutenção e pela partida dos principais mentores para outras paragens. Dessa central hidroeléctrica ainda se encontra no local o depósito e a casa da máquina.
A conduta ainda se encontra rm bom estado de conservação mas está coberta por mato e terra.
No local funcionou um moinho. Existe lá uma queda de água muito bonita e uma mata de carvalhos. O rio de Pincães, neste troço, precipita-se por penedos soltos e grandes rochas. É um local de difícil acesso."
O autor do livro "Para que a memória não se apague", António Fernando Guimarães, pode ser contactado através de correio electrónico.
O autor do livro "Para que a memória não se apague", António Fernando Guimarães, pode ser contactado através de correio electrónico.
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