O conflito mundial termina na Europa com a capitulação da Alemanha Nazi a 7 de Maio de 1945. O Japão iria capitular a 2 de Setembro após o holocausto nuclear de Hiroshima e Nagasaki. O previsível fim do conflito mundial levou a que as empresas com ligações à Alemanha abandonassem de forma gradual as concessões mineiras em território português. Este abandono foi-se dando no decorrer do segundo semestre de 1944 e em princípios de 1945. O abandono em muitos casos foi repentino e muito apressadamente “…que até as suas coisas pessoais deixaram para trás.” Hans Carl Walter Thobe, que para além da sua gestão na Sociedade das Minas dos Castelos participou em equipas de direcção das várias empresas da Minero-Sílvicola, continuaria a residir em Portugal. Mais tarde iria, juntamente com Karl Heinrich Jacob, representar os interesses alemães em 1960 e 1961, em actos notariais que oficializariam a liquidação de sociedades mineiras.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o governo de Salazar cria uma Comissão Governamental que tem como objectivo a inventariação dos bens alemães abandonados nas instalações mineiras e a 18 de Fevereiro de 1946 o Ministro da Economia nomeia uma Comissão Administrativa para as sociedades que eram então classificadas como germânicas e dirigidas pelo grupo Minero-Sílvicola. Esta Comissão era composta por Carlos Vasco Michon de Oliveira Mourão, Leonard Dismore, Herman Kasper e Bernard Blanger, estando sediada nas antigas instalações da Minero-Sílvicola no Porto. Ao mesmo tempo era nomeada uma Comissão Liquidatária, também liderada por Carlos Mourão, que teria como função vender os bens alemães existentes nas concessões mineiras.
Entretanto a estadia do Eng. Francisco da Silva Pinto como Director Técnico da concessão mineira do Salto do Lobo (e das restantes concessões) termina em finais de 1945 e a 2 de Janeiro de 1946 é proposto como novo Director Técnico, o Eng. Civil Pedro Simões. Pedro Simões pouco tempo ocupa este cargo pois a 2 de Abril é proposto pela Comissão Administrativa como Director Técnico, o Eng. Civil e de Minas, Augusto Barata da Rocha.
Texto retirado do livro "Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês".
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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