Isolados de forma natural pelas agruras da Serra do Gerês, os diferentes povoados foram criando modos de vida que são semelhantes entre uns e outros, tendo naturalmente as pequenas diferenças que se foram estabelecendo com o passar dos séculos.
Os usos das águas, bem primário e precioso numa sobrevivência tirada a ferros das agrestes serranias que nos vales proporcionavam os pequenos espaços de cultivo, eram, tal como todas as actividades do dia-à-dia, sujeitos a regulamentos que estabeleciam, claro está, o seu uso.
A água foi, e é, muitas vezes ainda fonte de discórdia, levando por vezes a confrontações e contendas que terminam em desgraça.
No antigo Gerês, e bem também ainda hoje em uso, uma das formas de distribuição das águas para os regadios era a 'torna a torna', que é simplesmente o que mais pode tornar, ou meter água nos seus terrenos.
Este método não tem, ao contrário de outros, dias marcados o que muitas vezes levava a que, mas um utilizador encaminhava a água para o seu terreno, logo outro vizinho já as tinha cortado para o seu. "Isto dá origem a graves conflitos, tão frequentes no Minho e que por vezes acabam por agressões de que resultam, não raro, mortes", tal sendo referido por Tude de Sousa no seu "Gerez - Notas Etnográficas, Arqueológicas e Históricas", datado de 1927.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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