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segunda-feira, 22 de abril de 2013
Cutelo, Cortinhas e Brufe, e uma passagem pela sombra do Sarilhão.
Hoje rumei a paisagens muito diferentes das que tenho percorrido, pois hoje fui em busca do elemento humano da paisagem que caracteriza a zona montanhosa do Parque Nacional da Peneda-Gerês, se bem que as aldeias por onde passei não se encontrem dentro dos limites desta área protegida. Assim, hoje visitei as aldeias de Cutelo, Cortinhas e Brufe, às quais o blogue Terras de Bouro lhes chama de 'Aldeias da Saudade'.
Bem cedo pela manhã, o vento soprava forte e frio na aldeia de Cutelo, porém o verde dos campos sobressaía à luz morna do Sol que se escondia por detrás de umas nuvens altas. Cutelo é uma aldeia bem preservada com as suas velhas casas e recantos, sendo conhecida pela beleza dos seus espigueiros que definem a sua paisagem. Exemplo típico de uma aldeia de montanha, Cutelo transporta-nos para um outro tempo onde o dia à dia das gentes novas e não tão novas, estava na totalidade ligado à terra e aos ritmos da Natureza.
Tomando um caminho por entre os campos passamos por riachos e levadas até chegar a Cortinhas, aldeia onde ainda se reúne uma vezeira de cabras que diariamente são levadas para a serra. Em termos arquitectónicos a aldeia mostra-nos alguns belos exemplares das típicas casas de granito características da região tal como acontece com a bela Brufe.
"Brufe encontra-se na vertente da serra Amarela, em fronte com a freguesia de Carvalheira e a montante com a albufeira de Vilarinho das Furnas, onde outrora vigorou a aldeia comunitária de Vilarinho da Furna.
A aldeia de Brufe revela um elevado património rural que denuncia o enraizamento de culturas e tradições peculiares, símbolo arcaico das comunidades oriundas dos territórios de montanha. O conjunto habitacional, organizou-se ao longo de terrenos acidentados e, hoje, constitui uma aldeia turística composta por construções arquitectonicamente simples, de sólidas paredes de alvenaria granítica e madeiramentos a ornar as varandas e janelas. Os espigueiros, eiras, sequeiras e moinhos-de-água perfazem um ambiente harmonioso, eminentemente rural.
A matriz encontra-se entre os dois únicos lugares da freguesia: Cortinhas e Brufe, reconstruída em 1881/82, tendo como orago o Divino Espírito Santo."
Terminada a visita a estes lugares, rumei para percorrer parte do Trilho da Águia do Sarilhão chegando à parte mais elevada do percurso e posteriormente descendo à Geira Romana. Passando pelo velho carvalhal e apreciando os marcos miliários, os sons da Primavera foram uma constante ao longo do caminho com a Serra Amarela servindo de tela de fundo.
Fotografias: © Rui C. Barbosa
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