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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Hotéis termais das Caldas do Gerês (I)

A visita ao Parque Nacional da Peneda-Gerês não é só uma visita aos seus aspectos naturais, ambientais e humanos. Tendo em conta que a vila termal das Caldas do Gerês foi evoluindo nas últimas décadas, seria de esperar que muitos dos elementos arquitectónicos se fossem modificando e adaptando às necessidades dos aquistas e termalistas, transformando a vila num moderno centro termal.

No entanto, ao longo dos anos também se forem perdendo aspectos que marcavam a vila pela sua singularidade. Muitos dos hotéis desapareceram em resultado de incêndios ou por outras razões. Nos nossos dias são vários os edifícios que podemos observar e que caracterizam a paisagem urbana das Caldas do Gerês.

Porém, essa paisagem é profundamente marcada pela triste ruína a que foi destinado o Grande Hotel do Parque e que nos nossos dias representa um verdadeiro perigo aos transeuntes devido à iminência da sua queda. Em tempos um fantástico edifício, hoje não passa de uma triste memória dos seus tempos áureos.

Segundo Rosa Fernanda Moreira da Silva, no seu livro "O Gerês de Bouro a Barroso", o Grande Hotel do Parque "foi construído no início do século XX. A estrutura arquitectónica e funcional desta unidade hoteleira mostrava-se qualitativamente diferente dos (restantes hotéis). A dimensão e o requinte das áreas funcionais ofereciam novas particularidades no domínio do conforto interior, como por exemplo a presença de ascensor. Era envolvido de aprazíveis espaços verdes adaptados que à prática de jogos quer a harmoniosas áreas de repouso e convívio quer ao aproveitamento de uma piscina de água proveniente directamente de nascentes serranas.

Pertenceu a Paulino da Silveira e esposa Hortência e, seguidamente, passou à família Teixeira. Em 1928 foi adquirido pela Empresa Hoteleira. Desde o início do século XXI está encerrado e em preocupante estado de degradação física. Encontra-se em estudo um projecto de reconstrução e futura opção funcional.

A Empresa Hoteleira, no âmbito da actual política de remodelação das suas unidades de hotelaria e dos espaços envolventes, enquadrou a requalificação parcial do antigo e luxuriante espaço verde deste hotel. Numa primeira fase ocorreu a reabilitação do campo de ténis, da piscina e serviços afins."

Fotografia: © Rui C. Barbosa (retirada do livro "O Gerez - estancia de cura, de repouso e turismo")

1 comentário:

  1. Estive recentemente hospedado num dos hotéis da EH e usei a piscina do antigo Hotel do Parque de que guardava algumas memórias de infância. Num das idas com o meu pai ao Gerês dei lá uns mergulhos. Ao tempo já uma com muitos problemas mas ainda acedi pelo interior do hotel. Julgo que já não era usada pelos hóspedes, mas não tenho a certeza. Recordo é que a água era fria e não deveria ser tratada. Basicamente a piscina devia represar alguma água da nascente que a alimentava e estava meia de água. Não há nada na actual piscina que me recordo a anterior. O acesso faz-se pelo parque do hotel que não parece cuidado e permite uma visão triste das ruínas do hotel do Parque. Não consegui estar muito tempo lá. Entre outras coisas devido à minha desilusão. É uma pena.

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