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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Páscoa e religiosidade nas Minas dos Carris

Várias vezes me tenho cruzado com várias pessoas que teimam em chamar «capela» a um dos edifícios mais característicos das Minas dos Carris devido à sua estrutura peculiar. Muitos dizem mesmo que foi quem lá trabalhou que lhes disse que tal edifício era mesmo uma capela. É óbvio que não existem tais pessoas ou se existem não sabem o que dizem, pois de facto o edifício era uma cozinha que servia a Casa do Pessoal Superior da Mina.

No entanto este assunto levou-me várias vezes a questionar como seriam passadas estas épocas nas minas? Como seria passar o Natal ou a Páscoa? Não existem registos sobre isto e nos Carris os sinais de religiosidade são inexistentes. Associados à actividade mineira, o único aspecto religioso que encontrei na Serra do Gerês está localizado na Mina de Borrageiros (ou Mina do Borrageiro) e parece ser um pequeno altar muito provavelmente dedicado a Sta. Bárbara.

Porém, será de esperar que as pessoas que trabalhavam nas minas dedicassem estes dias a viver a sua religiosidade. Se muitos eram oriundos das aldeias serranas, outros, mais longe das suas terras de origem, viveriam o Natal e a Páscoa nas instalações mineiras. É provável que nas suas casas nas minas existissem os sinais característicos da religiosidade vivida no Norte do país com raízes mais profundas nas populações. O mesmo já não aconteceria à maior parte do pessoal dirigente da mina, muitos deles oriundos do Sul de Portugal onde os aspectos religiosos são vividos de forma menos intensa.

Fotografia © Rui C. Barbosa

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