Trilhos Seculares - Entre a Albergaria, a Messe e as Cubatas

Confesso, a minha ideia era a de passar pelos Carris... Ia sair da Portela do Homem e usar um portal quântico para chegar aos Carris, daqui iria passar pelas Lamas de Homem e chegar à Messe utilizando os velhos trilhos serranos. Pouco passava das 8h00 e lá estava eu na ponte sobre o Rio Homem a olhar para o vale. Naquele momento, decidi que não era dia de ir aos Carris e optei por «explorar» velhos trilhos já conhecidos. Ainda bem que assim foi, pois a recompensa da decisão iria surgir uns minutos mais tarde.

Serra acima ia caminhando lentamente com todos os sentidos em alerta máximo; as marcas dos javalis era o aviso suficiente que a bicheza já ali havia passado antes de mim... mas não muito antes, pois a terra remexida e seca mostrava que a humidade da noite não alterara aquele cenário. Havia que estar alerta. É nestes momentos em que toda a sensibilidade nos permite tirar o máximo do contacto com aquele lugar mágico e isso basta para ganharmos o dia. O velho caminho ia subindo por entre árvores retorcidas e arbustos. Pés firmes no chão arenoso segurava cada passo que dava. Foi assim que de repente saltando por entre a vegetação um corso deu sinal de si. Dono daquelas paragens por várias vezes me avisou com o seu forte som de que ele estava ali. Foram apenar dois minutos, mas que valeram para um dia, uma semana da caminhada.

Em pouco tempo caminhava pelos campos verdejantes em altitude já com as vistas cheias de belas paisagens, mas ansiando a cada passo que dava por ver muito mais.  Usando um «novo» trilho chegava á Messe, local previamente combinado com o Maior de Barcelinhos. Daqui, sairíamos para o Conho e depois Lomba de Pau, Vidoal e Cubatas, a partir do qual desceríamos para Leonte.

E foi assim o meu primeiro dia de Primavera na Serra do Gerês... regressado à Portela do Homem, tornei-me depois num contrabandista....

Algumas imagens do dia...

Fotografias © Rui C. Barbosa