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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

175... Carris por entre as nuvens

Carris, 24 de Outubro de 2011

As previsões apontavam para isso mesmo...chuva e vento, e foi vento e chuva que tivemos. Partimos cedo na Portela do Homem um pouco na esperança de que a borrasca só se fizesse sentir pela tarde. Porém, a chuva que caíra em Braga na noite anterior e as notícias de que já pela madrugada havia chuviscos em Lobios, não traziam boas perspectivas...

Bem, seria uma caminhada de quase três horas. Vale do Homem acima, caminhou-se ligeiro por entre as árvores e o pequeno bosque que dançava acompanhado pelo passar do vento e o tímido som do Homem. As cores outonais instalaram-se em definitivo pela Albergaria e o Curral de S. Miguel tem aquele aspecto mágico que só surge por estas alturas. O aspecto desolador do Rio Homem, quase inerte, à passagem da ponte, era uma amostra dos resultados da seca que este ano assolou as nossas paragens. Mesmo a Fonte da Abilheirinha, que eu me recordo de ver sempre com água a correr, dava-nos só um pequeno fio de água fresca, o suficiente porém para acalmar a sede.

Os tons do vale mostram um tapete multicolorido entre os tons verdes e as cores quentes de Outono. Não fora a perspectiva da chuva e a visão das nuvens a lamber os píncaros serranos tornavam o cenário quase perfeito.

A chuva começa a cair um pouco antes da chegada ao Modorno. Uma grande cortina esbranquiçada rapidamente subiu o vale e obrigou todo o grupo a resguardar-se. Não é das minhas coisas preferidas, o caminhar à chuva... O vento por vezes fazia-se sentir mais forte e mais forte se foi tornando à medida que a altitude ia ganhando mais força.

Impressionante foi ver o grande macho que no alto da escarpa vislumbrava aquelas figuras que iam subindo o vale, lá no fundo no abismo. Olhou-nos durante uns largos minutos e depois perdeu-se da vista...

Um pouco antes do Teixo cruzamos por um grupo que vinha de uma pernoita ventosa. Azar que naquele dia iram encontrar um vigilante do parque nacional...

Carris recebeu-nos com muito nevoeiro e vento que trazia uma chuva já fria, prenuncio talvez de alguma neve... fraca. Lá fomos para o único abrigo e a bebida quente aqueceu a alma, dando ânimo para o regresso que se fez à chuva e ao vento...

...já só faltam 25...





























Fotografias © Rui C. Barbosa

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