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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Trilhos Seculares - À vista do Cutelo de Pias (I)

Um dos percursos mais impressionantes que se pode fazer pela Serra do Gerês, é aquele que nos leva a passar junto do Cutelo de Pias (muitas vezes designado de Caucão, Coucão ou Penedo Furado) a caminho da Rocalva. É uma viagem pelo Gerês profundo através de paisagens que muitos se impressionariam de saber existir no nosso país. Pois é, Portugal tem destas coisas... quando pensamos que não nos surpreende, basta o rodar do olhar para estarmos perante uma sensação única de fronte de algo que não queremos esquecer.

Começando junto da Ponte do Arado a ver chegar o imenso rebanho do Pastor Pedro que seguia para a Teixeira, enveredamos pelo estradão florestal em direcção à Malhadoura e Tribela. Depois de passar pela Ponte de Servas, uma curta visita ao Curral de Pinhô para fazer líquidos... tanto para dentro como para fora... Adiante! Entramos definitivamente no vale do Rio do Conho em direcção ao Poço Azul tendo quase sempre ao fundo a visão do Cutelo de Pias. O trilho acompanha a cota, aproximando-se lentamente do rio. A certa altura passamos para a margem direita e estamos perante um pequeno abrigo de montanha recentemente recuperado; mais à frente o Poço Azul muito procurado no Verão. Prosseguindo caminho voltamos a atravessar o rio para a sua margem esquerda e novamente para a margem direita até chegar a um pequeno curral abandonado. Aqui, o trilho atravessa um ribeiro e coloca-se de novo ao lado do Rio do Conho, flectindo para a direita através do vale e seguindo encosta acima em direcção ao Estreito. Nesta fase, e ficando um pouco confusos com a presença de velhas mariolas, decidiu-se subir a encosta à esquerda. Somente a meia encosta, e depois de chegarmos a uma velha mariola que nos havia «desorientado», constamos que efectivamente o trilho que nos havia servido até à pouco, prosseguia noutra direcção. Perante a decisão de voltar a descer e sabendo que mais cedo ou mais tarde iríamos encontrar o Trilho da Vezeira de Fafião, decidimos prosseguir encosta acima utilizando técnicas de «cabritismo». No alto, encontramos novas «velhas» mariolas que bordejando a imensidão granítica nos levaram à Rocalva onde me esperava o já tradicional risotto parmesana e um merecido descanso à sombra de um velho carvalho.

Na Rocalva a paisagem esmaganos de beleza perante a Meda de Rocalva e a imponância da Roca Negra. Findo o repasto, prosseguimos em direcção à antena repetidor do Borrageiro (ou Borrageira). Nesta fase tentamos prosseguir por um velho trilho através da Cova do Azevinheiro, mas perante a imensidão do mato decidiu-se optar pelo caminho mais seguro descendo à Chã da Fonte passando pelo Arco do Borrageiro. Aqui, descida quase directa para o Camalhão e de seguida o Teixeira, deitendo sempre uma viste de olhos aos trilhos que chegavam do lado esquerdo (fica prometida a descida até Teixeira vindo da Roca Negra). Mais líquidos em Teixeira e prosseguimos em direcção ao Arado, encontrando o Pastor Pedro e o seu imenso rebanho...















Fotografias © Rui C. Barbosa

2 comentários:

  1. És um sortudo,com direito à alta cozinha Italiana e com lugar privilegiado no restaurante...pagaste a conta ao ICNB-IP?

    Grande abraço...já tenho saudades...
    Até breve,
    João Dias

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  2. Olá

    Sempre pensei que o cutelo de pias fosse a elevação que, na tua primeira foto, fica entre a Roca negra e o Caucão, apesar dessa designação não estar identificada em nenhum mapa militar, aliás os mapas militares indicam mal o Caucão. Também já fizemos esse trilho do rio Conho e e na parte final, a ligação do rio Conho ao trilho da vezeira tivemos de inventar, existem nessa zona algumas mariolas antigas mas são enganadoras. Abraços.

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