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domingo, 5 de setembro de 2010

Picos da Europa - 1 a 4 de Setembro (I)


Havia decidido somente publicar 10 fotografias desta verdadeira aventura pelos Picos da Europa, mas mudei de ideias e vou fazer uma entrada para cada um dos quatro dias de actividade. Porquê? Porque as palavras descrevem melhor as torrentes de emoções destes dias, emoções essas que escaparam à objectiva da máquina fotográfica... Assim, farei uma entrada neste blogue por cada dia de actividade, descrevendo as paisagens, sensações e pensamentos (dos que me recordo) de cada dia... Confesso que não sou sabedor das designações da maioria das características geográficas dos Picos da Europa e todos os nomes que aqui aparecerem terão sido retirados dos mapas e livros publicados, assim não pensem que por ter aqui muitos nomes bonitos e estranhos que conheço as reentrâncias destas montanhas.

A minha experiência anterior nos Picos da Europa resumia-se àquilo que eu chamo de 'turismo de montanha'. Tirando uma caminhada até à Cabana de Verónica, uma caminhada a Bulnes e uma passagem pela Garganta del Cares, as minhas presenças naquelas montanhas haviam-se reduzida a pequenas visitas aos locais mais turisticos, por isso quando há já algumas semanas surgiu a oportunidade de fazer uma actividade de quatro dias em montanha nos Picos da Europa, não a deixei fugir.

O dia 1 de Setembro iniciou-se de madrugada, era necessário pois a viagem entre Braga e Cordiñanes era longa. Reunido o grupo de montanhistas do UPB, rumamos a Chaves, depois Verin, Cistierna, Riaño, Posada de Valdeon e finalmente Cordiñanes. Após um rápido almoço iniciamos a subida de pouco mais de 4 km até ao Refúgio Diego Mella (ou Refúgio Jermoso) situado no Collado Jermoso. Logo de início tive a ideia do que seriam os trilhos que iriamos percorrer nos dias seguintes: estreitos caminhos de montanha num equilíbrio periclitante sobre os abismos. A caminhada foi-se fazendo com o peso da mochila por vezes a tornar-se quase insuportável perante o declive de 1.200 metros que tinhamos de vencer. Pouco depois de iniciarmos a nossa marcha, surgiu uma chuva miudinha que se por um lado nos facilitava o caminhar, por outro tornava o piso por vezes um pouco escorregadio. Logo após abandonarmos Cordiñanes, entramos na Rienda de Asontin sobranceira ao grande Canal de Asotin. Pelo caminho tivemos a oportunidade de ir contemplando a fantástica paisagem que se ia erguendo à nossa volta com a Agulla de María del Carmen a rasgar o céu que se ia tornando cada vez mais perto. Passamos ao largo da Peña del Castro e entravamos no Canal de Asotin através do qual chegariamos à Vega de Asotin. A paisagem era soberba e muito distinta, além de incomparável, às habituais paisagens das montanhas nacionais em geral. Perante a guarda da Torre del Collado Solano, entramos no Canal de Honda e através das Travessias de Congosto passavamos sobre a Torre Jermosa. Pelo caminho, uma pequena avalanche de pedras fazía-nos lembrar dos perigos da montanha onde todo o cuidado é pouco. Com o grupo já bastante fraccionado devido aos diferentes ritmos de marcha, entravamos na parte final do percurso feito numa íngreme inclinação e com um pouco de escalada pelas rochas e paredes húmidas de um leito de um curso de água naquela altura seco. Cheguei assim ao nosso primeiro refúgio após esta primeira provação e com vários minutos de atraso em relação ao resto do grupo.

A passagem pelo refúgio Diego Mella deu-se a primeira experiência de viver por algumas horas num refúgio de montanha onde a privacidade perde as suas paredes e onde os luxos do dia-á-dia podem simplesmente não existir. É obrigatória uma convivência sã com as restantes pessoas que habitam aquele espaço, pessoas essas que compartilham a paixão da montanha.

Chegava a noite e esta seria de descanso, mas não me prepararia para o dia seguinte...













Fotografias: © Rui C. Barbosa

4 comentários:

  1. Olá Rui. Espero que tenha tudo corrido pelo melhor. Aposto que, mesmo 15 fotos, foram difíceis de escolher... Abraço, Jorge Sousa www.bota-rota.blogspot.com

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  2. Olá Jorge,

    Sim, correu tudo bem mas foram caminhadas bastante exigentes se bem que bastante gratificantes.

    Como podes reparar, desisti de somente publicar 15 fotografias e muitas mais aparecerão.

    Um abraço!

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  3. Boas Rui
    e que tal a subidita ... curta, mas bem durita
    4 kms com um ascendente de 1.200 metros
    a rota que vós fizestes estes dias é segundo sei cerca de 2/3 da de eu quero fazer nesse maciço central dos Picos de Europa
    (a lesão que contraí não me quer largar)
    irei fazer de novo essa subida, quando poder finalmente percorrer de novo esse maciço
    tenho pena de o grupo se ter fraccionado, não sou a favor, mas ao seu causador dava-lhe uma tareia nesse ascendente
    "há frutos que ficam melhores nas árvores"
    Calcorreastes tão bellissimas montanhas com montanheiros fabulosos, espero que tenhas adorado (como calculo) e que seja uma de muitas mais

    Saudações montanheiras
    Savage

    p.s.. em princípio irei ver a tua exposição este sábado e fazer talvez o que te falei praí há 4 semanas

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  4. para a próxima tens que levar uma "mochila de ataque" ;)

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